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PF inicia investigação sobre a morte do ex-presidente João Goulart
Teve início nesta quarta-feira (13), em São Borja (RS), a exumação do corpo do ex-presidente da República João Goulart. O processo está sendo acompanhado pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário. Ontem (12) eles participaram de audiência pública no município gaúcho para dar esclarecimento sobre a operação.
Cardozo e Maria do Rosário informaram à população local que o trabalho está sendo coordenado pela Polícia Federal e objetiva investigar a possibilidade de envenenamento de Jango, que teria morrido de ataque cardíaco, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976. A investigação tem a cooperação de peritos do Brasil, Cuba, Argentina e Uruguai, além de observadores do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Para o ministro da Justiça, a elucidação da verdade é um pressuposto básico do sistema democrático. “Os familiares têm o direito de saber como morreram seus entes queridos. Cidadãos têm o direito de saber como morreram seus lideres”, afirmou Cardozo.
A ministra Maria do Rosário agradeceu à família do ex-presidente pela confiança depositada no governo federal. “A nação brasileira assumiu um caminho definitivo para a democracia. Este é o sentido político da homenagem que o presidente João Goulart receberá em Brasília, com as devidas honras de chefe de Estado”, disse.
O filho de Jango, João Vicente Goulart, ressaltou que trata-se de um resgate histórico não apenas para sua família, mas para todo o país. “A grande vítima do golpe foi a Constituição brasileira, o povo brasileiro. Hoje é o primeiro grande passo para contarmos uma história que foi omitida durante muitos anos”, disse.
Exumação
Para prestar honras a Goulart, nessa quarta-feira (13), os restos mortais do ex-presidente estão sendo exumados de seu jazigo na cidade de São Borja (RS). De lá, o corpo segue para Brasília, onde será homenageado e, após isso, passará por exames para finalmente tentar desvendar o mistério por trás de sua morte.
Após um pedido da família de Goulart, realizado no dia 18 de março, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) decidiu investigar a morte do ex-presidente. Uma portaria, assinada pela ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e publicada no dia 7 de novembro no Diário Oficial da União, criou o grupo composto por representantes da própria secretaria, da CNV e da Polícia Federal para coordenar as investigações.
Por Allan de Carvalho, com informações da SDH
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