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Operação da PF desarticula rede de contrabando de migrantes com destino aos EUA
Foto: Divulgação/PF
Brasília, 31/10/2024 - Em ação coordenada em nove cidades do País, a Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (31), a Operação Everest, para desarticular uma rede criminosa especializada no contrabando de migrantes com destino aos Estados Unidos. A operação incluiu 104 agentes, que cumpriram 35 mandados de busca e sete de prisão preventiva.
As ordens judiciais, expedidas pela 7ª Vara Federal de Porto Velho (RO), foram cumpridas em Assis Brasil (AC), Boa Vista (RR), Guajará-Mirim (RO), Jardinópolis (SP), Manaus (AM), Montes Claros (MG), Porto Velho, São Paulo (SP) e Sumaré (SP).
Os envolvidos no grupo criminoso aliciavam migrantes de Bangladesh e do Nepal, na Ásia, com a cobrança de até 10 mil dólares para o transporte em rotas perigosas. A chegada ao Brasil ocorria no Aeroporto de Guarulhos (SP), de onde seguiam para pontos de acesso clandestinos em Guajará-Mirim e Assis Brasil.
"A falta de informação é um desafio. Muitos desconhecem essa realidade, em que migrantes acabam em situações de extrema vulnerabilidade”, destaca a coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes, Marina Bernardes.
Ela explica que a situação de contrabando pode evoluir para tráfico de pessoas. “Inicialmente, os migrantes contratam contrabandistas, mas acabam sendo explorados ao longo da rota, seja por dívidas ou por condições abusivas”, completa.
Com o objetivo de promover ações articuladas e coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em julho deste ano, o Governo Federal lançou duas estratégias de combate a esses tipos de crimes: o 1º Plano de Ação de Enfrentamento ao Contrabando de Migrantes e o 4º Plano de Ação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Operação Everest
O esquema envolvia redes transnacionais que traziam migrantes ao Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos para, então, seguirem às cidades fronteiriças no Norte do País, como Assis Brasil e Guajará-Mirim, por rotas para acessar Bolívia e Peru. De lá, os migrantes atravessavam a América Central até a fronteira com os Estados Unidos.
Os envolvidos gerenciavam pagamentos, documentos falsos e transporte ao longo da rota para facilitar a travessia dos migrantes. A operação inclui suporte financeiro e logístico de agentes de viagem, taxistas, hoteleiros e coiotes. Também foram detectadas fraudes em pedidos de refúgio para estadia temporária no Brasil, especialmente entre migrantes sul-asiáticos.
A investigação começou em 2023 com prisões em flagrante de coiotes na fronteira com a Bolívia. Em 2024, seis pessoas foram detidas e 22 migrantes do Nepal e da Índia foram resgatados em Guajará-Mirim, cidade que fronteira com a Bolívia. Os investigados supostamente cometeram o crime de contrabando de migrantes (promoção de migração ilegal) e de associação criminosa.
Denúncias
Para fazer denúncias, o público pode acessar alguns canais, como: o Disque 100 (para denúncias anônimas), o Ligue 180 (para violações contra mulheres e meninas) e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
* Com informações da Polícia Federal.