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MJSP visita comunidade indígena Warao Coromoto
Foto: Marcus Iahn/MJSP
Brasília, 16/03/2022 - Insegurança alimentar e falta de estrutura mínima para sobreviver. Essa é a situação da comunidade indígena venezuelana Warao Coromoto. As 31 famílias vivem a 55 quilômetros do Palácio do Planalto, num terreno alugado na região rural do Café sem Troco, no Paranoá. O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Departamento de Migrações (Demig), esteve no local para verificar a situação e prestar o apoio que cabe à pasta.
O MJSP foi recebido pelo líder da comunidade, cacique Miguel Quijada. Ele contou que a maioria do grupo está no Brasil há cinco anos e já percorreu diversos Estados do país. “Nosso principal objetivo é conquistar a autonomia", disse o cacique. As 31 famílias somam 126 pessoas - sendo 54 crianças - e, no dia 7 de abril, completam um ano no Distrito Federal.
O coordenador do Demig, Paulo Illes, disse que a pasta está sensibilizada com a situação e durante a visita levantou as principais necessidades da comunidade. “Constatamos que eles vivem em situação de insegurança alimentar. Diante disso, buscaremos por meio do diálogo junto aos órgãos competentes de governo respostas para as questões emergenciais, mas também para que o projeto de autonomia da comunidade possa se concretizar”, apontou.
Outro ponto destacado por Illes foi a documentação dos venezuelanos. "É importante dizer que a situação migratória de toda a comunidade está regular, e isso é um passo fundamental para que eles possam ter acesso garantido às políticas públicas de todas as esferas de governo”. O processo de documentação, que é onde o Demig pode atuar de forma prática, está em pleno funcionamento e todos os indígenas estão com os documentos regulares. “Quando temos qualquer problema somos rapidamente atendidos”, disse o cacique Miguel.
Principais demandas
De acordo com o líder, a falta de saneamento básico, de alimentos e de insumos para produção das atividades que fomentam a renda acaba inviabilizando a qualidade de vida de todos. “Esperamos que essa problemática seja resolvida o mais rápido possível”, completou. No espaço de dois hectares não há banheiros e nem água potável. Camas ficam no chão sob estruturas de madeira cobertas com lona.
Projeto para independência
A comunidade chegou a receber apoio para alimentação e aluguel social, mas sempre reivindicaram a autonomia financeira, através da produção rural e do artesanato de miçangas. A principal luta do grupo é que o projeto de autonomia seja aprovado e uma emenda parlamentar, prometida ano passado, seja destinada a eles. Depois da visita do MJSP e de reportagens veiculadas na mídia, a quantia de R$ 600 mil via emenda foi anunciada.