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MJSP lança programa de língua portuguesa para população haitiana
Brasília, 10/07/2023 - O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Comitê Nacional para os Refugiados, da Secretaria Nacional de Justiça (Conare/Senajus) lançou, nesta segunda-feira (10), o programa Português Como Língua de Acolhimento (Plac) para a população haitiana. A intenção do projeto é dar mais um passo no acolhimento humanitário dos imigrantes e multiplicar novos formadores.
A presidente do Conare, Sheila de Carvalho, pontuou que o Plac também tem o objetivo de federalizar boas práticas que já acontecem no país e também criar uma política pública capaz de potencializar o acolhimento. “A língua é a primeira das barreiras. Possibilitar essa formação em rede, esse fortalecimento das redes comunitárias, é uma medida para que a gente possa proporcionar à população haitiana acesso a mais direitos no Brasil”, frisou.
Os professores João Fábio Sanches Silva, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), e Handerson Joseph, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), responsáveis pela condução acadêmica do projeto, também participaram do momento. Joseph destacou o aumento dos haitianos no Brasil na última década e a importância de medidas como essa. “É uma iniciativa inovadora e, desta forma, contribui para a garantia de direitos dos haitianos no Brasil. Além de ser uma forma de acolhimento, é, também, uma resposta a todos os desafios enfrentados por pessoas em situação de refúgio”, disse.
O docente da UEMS explicou sobre o calendário de atividades que serão desenvolvidas com os futuros replicadores, mostrando que os dois meses de aulas serão dinâmicos e divididos desde a ambientação até um estilo de estágio final. “Acreditamos que a ideia é multiplicar. E esse modo será um dos caminhos mais viáveis para formar os agentes”, disse.
Haitiano presente
A população haitiana também participou da ação. No Brasil há cerca de uma década, Junel Ilora já participou de cursos desta espécie e hoje é familiarizado com a língua portuguesa. Ele relatou as dificuldades que enfrentou assim que chegou no país e classificou a iniciativa do Plac como muito importante para todas as pessoas, não só para imigrantes. “É dignidade para nós. Isso é resgatar vidas. Se hoje estou falando um pouco da língua portuguesa foi por causa de um projeto como esse. Parabéns a todos pela iniciativa”, resumiu.
Plac
O Plac integra o Plano de Ação para o Fortalecimento da Proteção e Integração Local da População Haitiana no Brasil, lançado no último dia 20, no Dia Mundial do Refugiado. Ambos estão inseridos no bojo do “Programa de Aceleração de Políticas de Refúgio para Pessoas Afrodescendentes”. Entre 15 e 20 haitianos serão capacitados nesta primeira turma para que no próximo semestre possam repassar os ensinamentos aos novos alunos imigrantes haitianos.
O ato de lançamento ocorreu de forma online e contou com a presença de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), dos professores responsáveis pela condução acadêmica do Plac e também de imigrantes haitianos.