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MJSP e Instituto Mauricio de Sousa lançam gibis temáticos sobre tráfico de pessoas e migração
Foto: Everton Ubal / MJSP
Brasília, 19/03/2024 - Conscientizar a sociedade de maneira lúdica, em especial o público infanto-juvenil, sobre a inclusão de migrantes e o enfrentamento ao tráfico de pessoas são propostas das revistas em quadrinhos Um país acolhedor! Migrações, Refúgio e Apatridia! e Um Sonho Perigoso. As publicações inéditas foram lançadas nesta terça-feira (19), resultado da parceria entre a Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senajus/MJSP), e o Instituto Mauricio de Sousa. O evento aconteceu na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em Brasília.
“É com orgulho e satisfação que lançamos os gibis da Turma da Mônica. A expectativa é de que eles se tornem ferramentas de mudança, permeando lares e escolas. Crianças e adolescentes estão entre os perfis mais vulneráveis ao tráfico de pessoas e representam parte importante da população migrante em nosso país. Os temas são abordados de forma lúdica, numa linguagem acessível e interessante para esse público", enfatizou o secretário Nacional de Justiça, Jean Uema.
O diretor Executivo do Instituto Mauricio de Sousa, Amauri Sousa, destacou que “por meio de uma linguagem de fácil compreensão e de forma lúdica, que é a dos quadrinhos, os personagens da Turma da Mônica contribuem para levar mensagens de conscientização de crianças, adolescentes e familiares sobre temas importantes e sensíveis na atualidade, como é o caso do ‘tráfico de pessoas’ e ‘migrações’. “Acreditamos que a Turma da Mônica está desempenhando um papel fundamental na comunicação com esse público”, completou.
Um país acolhedor! Migrações, Refúgio e Apatridia!
Um país acolhedor! Migrações, Refúgio e Apatridia é uma revista em quadrinhos que tem o objetivo de utilizar personagens da Turma da Mônica como vetores para a aprendizagem de crianças e adolescentes sobre a temática da inclusão social dos migrantes.
O gibi conta a história de Amina, uma garotinha síria. Ela e a família mudam para o Brasil buscando fugir da guerra que devastou e amedrontou seu país nos últimos anos.
A história apresenta, em uma linguagem simples e acessível às crianças, as influências positivas que os migrantes trazem ao país, por meio de comidas típicas, vestimentas, esportes, e até nosso sistema numérico, que foi uma contribuição dos povos árabes. A revista busca demonstrar que o Brasil é um exemplo de acolhimento e de respeito às diferentes culturas, etnias e demais diversidades.
Um Sonho Perigoso
A revista em quadrinhos Um Sonho Perigoso ilustra, com os personagens jovens da Turma da Mônica, uma potencial situação de tráfico de pessoas, como estratégia de sensibilização e prevenção.
O gibi conta a história do jovem Cebola, que sonha em ser um pro player, interessado em participar de grandes competições e receber altas remunerações por isso. Um belo dia, o jovem recebe uma proposta tentadora, pela internet, e fica muito tentado a aceitar. Acontece que se trata de uma oferta falsa e ele quase cai em uma situação de tráfico de pessoas.
O enredo tem o intuito de conscientizar crianças, adolescentes, pais e educadores sobre o tema do “tráfico de pessoas”, a fim de prevenir e identificar cenários de risco, nos quais supostos agentes, mexendo com o imaginário desses adolescentes, fazem promessas atrativas de sucesso e de altos salários. O objetivo é mostrar que elas podem acabar se transformando em um pesadelo, com jornadas de trabalhos exaustivas, violência física e psicológica, retenção de documentos e servidão por dívida.
O tráfico de pessoas representa uma grave violação de direitos humanos e, ao final da história, o gibi traz algumas recomendações aos leitores diante de propostas “encantadoras” de emprego, além de divulgar os principais canais de denúncia (Disque 100 ou Ligue 180).
Apoio da OIM e UNODC
O chefe de missão da agência da ONU para as Migrações (OIM) no Brasil, Stéphane Rostiaux, explicou a importância da cooperação entre as instituições. “A população migrante é um motor de desenvolvimento sustentável e sua inclusão na comunidade de acolhida é essencial para que ela atinja seu potencial. Publicações como essa, feitas em parceria com a Senajus e o Instituto Mauricio de Sousa, ajudam a sociedade a reconhecer a importância dessas pessoas e suas contribuições”, disse. “Esse trabalho em conjunto também produziu, com contribuição do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), um material para auxiliar na conscientização de crianças e adolescentes sobre os perigos do tráfico de pessoas, o que é extremamente importante”, complementou.
De acordo com a representante do UNODC no Brasil, Elena Abbati, “como guardião do Protocolo da ONU sobre tráfico de pessoas (Protocolo de Palermo), o UNODC segue apoiando o fortalecimento da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, seja na produção de materiais, capacitações ou cooperação técnica, seja na elaboração do 4º Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”.
“A prevenção ao tráfico de pessoas requer um contínuo aprimoramento nas formas de tratar e comunicar sobre esse crime para públicos diversos, incluindo pessoas em situação de vulnerabilidade. O apoio dado ao Ministério da Justiça para a publicação deste gibi, por meio do Projeto Track4TiP, visa promover a conscientização de crianças e adolescentes sobre o recrutamento on-line em casos de tráfico de pessoas”, explicou.
Os gibis contam com versões digitais e impressas para serem utilizados em atividades de sensibilização e capacitação sobre os temas. A iniciativa recebeu o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da OIM e do UNODC.
Sobre o Instituto Mauricio de Sousa
Fundado em 1997, o Instituto Mauricio de Sousa tem em seu DNA os valores éticos que permeiam a vida e a obra de Mauricio de Sousa: o respeito à infância e o compromisso de incentivar a leitura, ultrapassando gerações.
O instituto tem como premissa que investir na criança é semear um futuro promissor. Por isso, desenvolve, por meio de uma linguagem lúdica, projetos, campanhas e ações sociais nas áreas de educação, cultura, cidadania, inclusão social e diversidade, além de fomentar o desenvolvimento de ações transformadoras, visando potencializar o impacto e a transformação social.