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Lewandowski agradece solidariedade em relação ao RS durante evento que comemorou a Data Nacional da Polônia
Foto: Jamile Ferraris/MJSP
Brasília, 15/05/2024 – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, participou, na terça-feira (14), da celebração da Data Nacional da Polônia, cujo tema foi a Constituição Polonesa de 3 de Maio de 1791, uma das primeiras constituições modernas do mundo e a primeira da Europa. A solenidade foi realizada na embaixada polonesa, no Setor de Embaixadas Sul, e reuniu diplomatas de vários países e autoridades do governo brasileiro, como a embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, secretária da Europa e da América do Norte do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O ministro afirmou ter sido uma honra para ele, como titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ex-integrante da Supremo Tribunal Federal e professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), ter sido convidado para a solenidade de Data Nacional da Polônia e que comemorou o aniversário de 233 anos da Constituição Polonesa. “E, especialmente, por ser descendente de poloneses e carregar com muito orgulho o sobrenome Lewandowski”, definiu.
De acordo com ele, essa constituição foi pioneira e paradigmática não só para a nação polonesa, mas, também, para outros países que a tiveram como exemplo. “Foi uma das primeiras constituições escritas, uma constituição que reflete os ideais do iluminismo, movimento intelectual que surgiu entre os séculos 17 e 18, para iluminar o mundo com relação às trevas que se julgavam existentes e que remanesciam da Idade Média, sobretudo superstições e o império da religião, que é salutar, mas não necessariamente no âmbito da política”, disse o ministro.
Lewandowski também agradeceu à embaixadora da Polônia, Bogda Jankie, pela solidariedade demonstrada durante o evento em relação aos brasileiros atingidos pela catástrofe climática do Rio Grande do Sul. “O Brasil vive um momento extremamente difícil, com centenas de mortes, milhares de desabrigados e milhões de reais em prejuízos materiais, mas o Governo Federal, o governo estadual e os governos locais estão envidando esforços para que superemos essa crise. Haveremos de nos transformar num Brasil melhor ainda, especialmente em função da extraordinária solidariedade humana tanto interna como internacional que estamos testemunhando. Muito obrigado a todos que nos apoiam”, ressaltou.
Rio Grande do Sul
Anfitriã da noite, a embaixadora Bogda Jankie expressou preocupação com as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul e contou que muitos brasileiros na região têm raízes polonesas e mantém fortes laços com o país de seus ancestrais. “Durante minhas viagens a Porto Alegre e ao interior, conheci pessoas afetadas pela tragédia. Em nome das autoridades da República da Polônia, ofereço minhas mais sinceras condolências a todos aqueles que perderam seus entes queridos na catástrofe”, salientou.
Em relação ao motivo da solenidade, a embaixadora afirmou que a constituição polonesa de 1791 respeitava valores que hoje parecem óbvios para os países do mundo livre, como a garantia da liberdade, “valor fundamental tanto para a Polônia quanto para o Brasil”. E disse que a Polônia e o Brasil têm muito em comum, ao lembrar da grande comunidade de descendentes de imigrantes poloneses no Brasil, que hoje conta com cerca de dois milhões de pessoas.
“Em comum, temos o respeito aos valores cristãos, experiências históricas mediante dominação estrangeira e o orgulho de sua própria nação, além do desejo de participar na tomada de decisões de questões globais. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a reconhecer a independência da Polônia, quando, em 1918, meu país, com mais de mil anos de história, voltou ao mapa do mundo, após ter sido dividido por impérios vizinhos. As relações entre o Brasil e a Polônia são longas e dinâmicas. Há um grande interesse na colaboração entre ambos os lados”, definiu.
O ministro Ricardo Lewandowski reafirmou o pensamento da embaixadora polonesa e complementou afirmando que tanto a Polônia quanto o Brasil cultivam os ideais democráticos e os ideais republicanos inspirados nas primeiras constituições. Segundo ele, isso traça um caminho comum e faz com que ambos os países tenham um futuro de tranquilidade, paz e segurança, o que permite uma relação duradoura. “Como disse a senhora embaixadora, há mais de dois milhões de descendentes poloneses no Brasil, dentre os quais me incluo. Temos muito em comum, não apenas interesse econômico. Temos valores e princípios que vamos compartilhar e já compartilhávamos há muito tempo. Longa vida aos ideais da Constituição Polonesa de 1791, longa vida aos ideais democráticos e republicanos brasileiros”, concluiu.
Solidariedade
A cerimônia foi encerrada com o discurso da embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, que citou alguns poloneses famosos como o astrônomo Nicolau Copérnico e a cientista Marie Curie, além do músico Chopin. E, também, a contribuição de imigrantes poloneses ou de cidadãos brasileiros de origem polonesa em diferentes áreas, como o escritor e poeta Paulo Leminski e o próprio ministro Ricardo Lewandowski. Ela explicou que nos âmbitos político e econômico, Brasil e Polônia vem desenvolvendo relação mutuamente benéfica. E que espera, ainda, realizar em breve, em Varsóvia (capital da Polônia), a nova edição do evento Mecanismo Bilateral de Consultas Políticas, quando serão debatidos os principais temas de interesse comum entre os países.
Maria Luisa Escorel de Moraes ressaltou que o Brasil é o maior parceiro comercial da Polônia na América Latina e que deseja continuar ampliando essa interação. Com o crescimento de mais de 240% nos últimos dez anos, as trocas comerciais entre os países atingiram 2,6 bilhões de dólares em 2023. “A lembrança da Constituição Polonesa remete ao passado ilustre e ao futuro desafiador. Reconhecemos o importante legado da imigração polonesa no Brasil”, disse a embaixadora.
“Gostaria de mencionar o município de Áurea, no Rio Grande do Sul, onde se mantém vivas diversas tradições oriundas da Polônia e onde o idioma polonês é ainda falado correntemente nas ruas. Infelizmente, como tantas outras comunidades, Áurea não foi poupada pela tragédia que agora se abate sobre o nosso Rio Grande do Sul. Com Áurea e com todos os gaúchos estão nossos corações e nossas mentes. E muito obrigada pelas expressões de solidariedade”, agradeceu.