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Guardiões do Bioma: Cooperativa é multada em R$ 2,7 milhões por desmatamento ilegal e outros ilícitos ambientais no PA
Brasília, 2/12/2022 - A Cooperativa Brasileira de Mineradores e Extrativistas (Coobramex) foi multada em R$ 2 milhões pela extração mineral não licenciada e em R$ 730 mil por desmatar 145 hectares, ilegalmente, na cidade de São Félix do Xingu (PA). Como proprietária e responsável pela área, a Mineradora São Francisco de Assis também foi autuada pelo desmatamento em R$ 730 mil.
As autuações ocorreram durante fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Guardiões do Bioma, na quarta-feira (30), na área de garimpo da Coobramex.
A ação também contou com a participação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os órgãos se reuniram antecipadamente para planejar a ação no âmbito da Operação Guardiões do Bioma.
Os fiscais do Ibama e policiais federais encontraram no local uma grande estrutura com 12 motores estacionários, que servem para movimentar máquinas e materiais pesados ou em grande quantidade; e nove retroescavadeiras, entre outros equipamentos, em plena atividade. Todos foram apreendidos.
As retroescavadeiras foram retiradas da área de garimpo e colocadas em depósitos das prefeituras de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte e Conceição do Araguaia. As atividades de extração mineral e uma pista de pouso não autorizada foram embargadas.
Guardiões do Bioma
Desde 2021, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) coordena a Operação Guardiões do Bioma, que conta com a participação de órgãos federais e estaduais. A operação começou com o eixo de combate às queimadas e incêndios florestais e, em 2022, se estendeu ao combate do desmatamento ilegal e ilícitos ambientais em terras indígenas.
Combate ao desmatamento ilegal
O eixo de combate ao desmatamento ilegal foi iniciado em março com a instalação de bases operacionais fixas em Porto Velho (RO), Altamira (PA), Itaiatuba (PA), Novo Progresso (PA), São Félix do Xingu (PA) e Humaitá (AM) e duas bases avançadas em Extrema (RO) e Apuí (AM). Com a atuação integrada de forças de segurança pública e órgãos de fiscalização ambiental, já foram desenvolvidas ações em 43 municípios e 2.213 ocorrências verificadas, sendo 2.025 de desmatamento ilegal, 107 de transporte de produtos florestais e 80 de garimpo ilegal.
De março a julho de 2022, a operação causou prejuízo de R$ 481,2 milhões aos criminosos ambientais como resultado de bens apreendidos e 863 mil multas aplicadas em áreas mapeadas. Nesse período também houve a fiscalização de mais de 80 serrarias; apreensão de 13,8 mil m³ de madeira; prisão de mais de 350 pessoas, entre outras ações. O trabalho também teve como resultado, a redução de 21,42% em área agregada de desmatamento em dez municípios da Amazônia Legal.