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Governo Federal e sociedade civil discutem suspeitas de racismo em aeroportos e aviões
Brasília, 17/05/2023 - O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Assessoria de Participação Social e Diversidade, recebeu, nesta terça-feira (16), representantes dos ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania, da Igualdade Racial, da sociedade civil e da Polícia Federal para debater sobre suspeitas de racismo no interior de aeronaves e aeroportos.
O secretário de Acesso à Justiça do MJSP, Marivaldo Pereira, falou da importância da atuação da Polícia Federal, especialmente na promoção de debates sobre o racismo estrutural. “É muito importante quando a polícia se dispõe ao diálogo para amadurecer o pensamento de ter uma rotina de troca de ideias para que a sociedade civil possa cobrar. Não passamos por um período tranquilo nos últimos quatro anos, mas hoje temos à frente da PF pessoas muito comprometidas na melhoria e qualidade do serviço”, destacou.
Pensar soluções para combater o racismo, especialmente quando afeta o direito de ir e vir, foi o mote do encontro. Para a secretária Nacional de Ações Afirmativas e Combate ao Racismo do Ministério da Igualdade Racial, Márcia Lima, existe uma tendência de negar o racismo. O primeiro exercício é reinterpretar as situações, pois temos uma ideologia muito forte de negação e de racismo estrutural. É preciso coragem para enfrentar a situação, reconhecer falhas e falar sobre o assunto”, disse.
Notificação da Senacon
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou a companhia aérea GOL para prestar explicações sobre o caso em que uma passageira negra foi retirada do voo pela Polícia Federal. O episódio aconteceu em 28 de abril, em viagem de Salvador a São Paulo.
Conforme vídeos divulgados nas redes sociais, a passageira Samantha Vitena foi expulsa da aeronave por agentes da Polícia Federal (PF), a pedido do comandante do voo. A companhia aérea alega que os agentes foram chamados porque a passageira negou-se a despachar a bagagem de mão corretamente.
Testemunhas do caso, no entanto, afirmam que Samantha já havia acomodado a mochila em um compartimento e que os policiais chegaram quase 1 hora depois.
"Ao que parece, mais um caso de racismo nas relações de consumo. A Secretaria Nacional do Consumidor atuará com firmeza contra o racismo no consumo", frisou o secretário Wadih Damous.
A PF abriu inquérito para apurar se houve racismo.