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Familiares de mais de 1,6 mil desaparecidos doaram material genético em campanha coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública
Brasília, 21/06/2021 - Ação inédita coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) coletou o material genético de 1.620 famílias que têm algum parente desaparecido.
A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas foi realizada, pela primeira vez em todo o país, entre os dias 14 e 18 de junho. Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais foram os que tiveram maior adesão durante o período da campanha.
Um dos objetivos da iniciativa, em parceria com as Secretarias Estaduais de Segurança Pública, foi de incentivar os familiares a fazerem a doação do material genético, para inclusão no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Dessa forma, com a tecnologia disponível, é possível identificar vínculos genéticos entre as pessoas cadastradas no banco.
“Essa é uma campanha de extrema importância para aumentar o Banco Nacional de Perfis Genéticos e dar uma resposta às famílias que vivem a dor de não localizarem seus entes queridos. A parceria com os estados da federação foi um importante passo. Precisamos de proatividade, de busca ativa das pessoas desaparecidas, desenvolver medidas para orientar profissionais de segurança pública, de saúde e toda a sociedade”, afirmou o ministro Anderson Torres.
Hoje, o Banco Nacional de Perfis Genéticos tem 4.047 restos mortais não identificados e material genético de 3.145 parentes de pessoas desaparecidas.
Para o coordenador-geral de Pesquisa e Inovação da Secretaria Nacional de Segurança Pública, João Ambrósio, a campanha atingiu seu propósito.
"Não somente pelo número de famílias, mas também porque criou uma consciência coletiva. Foi uma ação que trouxe para o conhecimento público, para a mídia, a importância dessa causa e os esforços que o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem feito para implementar a lei de busca de pessoas desaparecidas", destacou Ambrósio.
Mais de 150 pontos em todo o país darão prosseguimento à coleta. Saiba mais em: www.gov.br/mj/desaparecidos
Material coletado
Após a coleta, o DNA será enviado para o laboratório de genética forense da instituição de perícia oficial do seu estado, onde será analisado e o perfil genético obtido será enviado ao Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). No BNPG, o perfil genético coletado será comparado com os perfis de pessoas de identidade desconhecida, de pessoas que buscam por seus familiares e de restos mortais não identificados.
O perfil genético da família só vai ser retirado do banco após a identificação do seu parente. Isso permite com que novas buscas possam ser feitas a medida que os cadáveres e as pessoas de identidade desconhecida sejam cadastrados no banco.
Se a pessoa que desapareceu for encontrada, a família será avisada pela Delegacia ou Instituto Médico Legal. O perfil genético permanece no banco até que o desaparecido seja identificado.