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Estudo revela impacto da pandemia da covid-19 no tráfico de drogas no Brasil
- Foto: Leandro Lacerda/CdE/Divulgação
Brasília, 07/12/2021 – O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou, nesta terça-feira (7), o estudo “Covid-19 e tráfico de drogas no Brasil: a adaptação do crime organizado e a atuação das forças policiais na pandemia”. O documento traz um mapa com as principais rotas de entrada, transporte e saída de drogas do país, oferecendo subsídios para construção de novas estratégias para o combate ao crime organizado com base em evidências científicas.
Apresentando durante Seminário Internacional sobre a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas, o estudo foi desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE), em parceira com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime em Viena (UNODC).
De acordo com o secretário substituto de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Clayton Bezerra, o estudo atende às novas políticas de combate às drogas do Governo Federal. “A nova Política Nacional de Drogas prevê que meios necessários serão garantidos para estimular, fomentar, realizar e assegurar o desenvolvimento permanente de estudos, pesquisas e avaliações, que permitam aprofundar o conhecimento sobre o assunto”.
O estudo aponta que o Brasil é uma região estratégica para o trânsito de cocaína – que sai de países andinos com destino à Europa e à África. Além disso, durante a crise sanitária, houve uma forte adaptação das organizações que atuam no tráfico de drogas, com capacidade de diversificação de rotas, conforme a necessidade.
Para combater a ação de criminosos, o Ministério tem atuado em projetos estratégicos como o Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (VIGIA), que está presente em 14 estados: Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Acre, Rondônia, Tocantins, Goiás, Roraima, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará, Amapá, Rio Grande do Norte.
Em dois anos e meio do Programa, já foram apreendidas mais de 1.200 toneladas de drogas e prejuízo de mais de R$ 4,5 bilhões ao crime organizado.
No contexto de combate ao tráfico de drogas, a Polícia Federal também exerce a presidência da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), na qual tem orientado seus esforços para a construção de protocolos de segurança adequados aos complexos portuários e exigindo a cooperação e entendimento contínuos e efetivos entre os entes públicos e privados atuantes no universo marítimo e portuário no combater o tráfico de drogas ilícitas no país.
Programação
O seminário conta com palestrantes internacionais, como a do diretor do Centro Conjunto de Pesquisas sobre Crime Transnacional da Itália (Transcrime), Ernesto Savona; a chefe do setor de Atuação sobre Novas Drogas do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), Ana Gallegos; e o diretor executivo do Centro de Pesquisa e Educação em Ciência Forense dos Estados Unidos, Barry Logan.
Sobre o CdE
O projeto-piloto do CdE é fruto de uma parceria inovadora entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A proposta do CdE é contribuir com informações qualificadas sobre a oferta de drogas no país por meio do compartilhamento de evidências científicas sobre os mercados de ilícitos.