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Além das perdas econômicas, comércio ilegal gera recursos para financiar outras atividades criminosas, afirma Jungmann
Foto: Hugo Schaly
Brasília, 28/08/2018 – O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta terça-feira (28) que é necessário ampliar as ferramentas de combate ao comércio ilegal, atividade criminosa que gera perdas estimadas em R$ 130 bilhões para a economia. O ministro participou do IV Encontro da Aliança Latino-americana Anticontrabando (Alac).
“São R$ 130 bilhões de perdas dos setores e mais o que deixa de ser arrecadado pela Receita Federal, o que é extremamente grave. Além do fato de que esses lucros servem de capital de giro para outras atividades criminosas já que o crime organizado gera excedentes”, afirmou Jungmann.
Durante fala aos participantes do evento, o ministro destacou as ações que estão sendo feitas para a implantação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e a cooperação com os países vizinhos no combate aos crimes transnacionais.
Uma das iniciativas apresentadas por Jungmann é o fortalecimento da Ameripol, comunidade das polícias das américas que, por iniciativa do governo brasileiro, passará por uma reformulação em seu estatuto, de forma a ganhar personalidade jurídica internacional. A ideia é seguir o modelo de atuação da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) e da Europol (Serviço Europeu de Polícia).
“Há necessidade para que se venha a refundar a Ameripol, com carta de plenos poderes concedido pelas nações para que ela possa, de fato, ter personalidade jurídica e efetividade sob o ponto de vista internacional. Dessa forma, nossas polícias poderão congregar suas atividades de inteligência, operação, troca de dados e logística, por exemplo”, afirmou Jungmann.
O empenho do governo brasileiro em institucionalizar a Ameripol recebeu da Europol menção com louvor diante dos esforços para fortalecer a atuação conjunta. A secretaria executiva da Ameripol será exercida pelo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro.
Além disso, o ministro Raul Jungmann destacou a importância de uma iniciativa sul-americana que envolva, além de questões relacionadas a integração entre as polícias, convergência de legislações no combate ao crime organizado.
“Não há como confrontar, no espaço nacional algo que se dá no espaço internacional. É preciso criar institucionalidades, não temos outra saída”, ressaltou.