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Combustíveis: com respostas insatisfatórias sobre aumento de preços, Senacon abre procedimentos administrativos
Brasília, 20/01/2023 - As respostas enviadas pelas entidades representantes de postos de combustíveis notificadas pelo aumento abusivo do preço dos combustíveis foram consideradas insatisfatórias pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
“Nenhuma entidade apresentou qualquer demonstrativo que justificasse a alta abusiva dos preços. Já começamos a instaurar procedimentos administrativos para aplicação de sanções que vierem ao caso”, afirmou o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous. As sanções vão de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) até a multa (penalidade mais grave).
As justificativas apresentadas pelas entidades notificadas foram:
- insuficiência de combustíveis por conta da demanda;
- possível aumento da carga tributária;
- aumento do etanol em 14%;
- 20% dos combustíveis são importados e impactam o preço final;
- presença de três refinarias desvencilhadas do Sistema Petrobras, cujos valores são com políticas próprias (no caso do etanol anidro, o preço de venda do produto representa pouco mais de 15% do valor da gasolina pago pelos consumidores na bomba, sendo que os demais componentes deve ser pesquisados junto às reguladoras);
- cotação do dólar; e
- adição de biocombustíveis aos derivados cujas safras sofrem impactos climáticos e tributários.
O prazo para recebimento das respostas encerrou no dia 11 de janeiro. Em seguida, foram iniciadas as análises das informações. Após a verificação com os Institutos de Defesa do Consumidor (Procons) sobre a situação do preço dos combustíveis em cada estado, a Senacon solicitou, também, atuação conjunta de combate ao aumento sem justa causa do produto nos postos.
Próximos passos
Em paralelo, a Secretaria Nacional do Consumidor começou a instaurar, nesta quinta-feira (19), um procedimento chamado “Averiguação Preliminar” das revendas, das distribuidoras e das refinarias.
O objetivo é obter esclarecimentos sobre o aumento dos combustíveis e apresentação da planilha de composição do preço final para fins de eventual abertura de processo administrativo. O prazo para resposta é de 10 dias a partir da notificação.
Segundo a Senacon, caso seja aberto processo administrativo, será seguido o trâmite padrão com, por exemplo, tempo de defesa, apresentação de provas e decisão final quanto à possível aplicação de penalidade
Relembre
No começo do mês, a Senacon notificou sete entidades de postos de combustíveis nos estados do Rio de Janeiro (4), São Paulo (2) e Paraná (1), entre 4 e 6 de janeiro. A motivação foi a alta injustificada no preço dos combustíveis na virada do ano e início do novo governo, principalmente, considerando que a isenção de impostos federais sobre o produto foi prorrogada pela Medida Provisória nº 1.157/2023.
No Paraná, foi notificada a Associação Nacional dos Proprietários de Postos de Gasolina. No Rio de Janeiro, foram a Fecombustíveis, a Federação das Distribuidoras de Gás (Brasilcom), o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindcom). E, em São Paulo, a entidade notificada foi a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e a União da Agroindústria Canavieiras (Única).