Notícias
Bitcoins e crime digital: Brasil e Estados Unidos atualizam método de investigação
Brasília, 23/5/22 (MJSP) – Agentes do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, da CIA, da central de inteligência, ICHIP e Homeland Security Investigations estiveram no Brasil. Mas para trocar informações com 80 agentes das forças de segurança brasileiras (veja quadro) sobre as mais – e mais modernas – formas de identificar quadrilhas criminosas e delitos cometidos na internet.
Os órgãos de inteligência americanas aproveitaram para mostrar como está o processo de qualificação no combate sobre roubos e negócios escusos com criptomoedas, coleta de vestígios em outros crimes cibernéticos e técnicas de entrevistas e interrogatórios. A primeira Conferência de Investigação e Prospecção de Crimes Cibernéticos e Identificação, Avaliação e Prevenção de Atos de Violência foi realizada no Rio de Janeiro (RJ) e em Porto Alegre (RS).
“Investimos intensamente no aperfeiçoamento técnico para que agentes de segurança estejam atualizados nas formas mais avançadas de repressão e enfrentamento ao crime. Os bandidos estão agindo cada vez mais na internet e queremos seguir no endurecimento a essa prática”, destaca o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
As ocorrências de delitos online, como roubo de dados, em contas bancárias virtuais, ataques cibernéticos, golpes com moedas digitais e lavagem de dinheiro aumentam. “As transações criminosas já são digitais e para identificar esses rastros precisamos evoluir para agir no ciberespaço e na deepweb (a chamada internet profunda). “Com essa qualificação técnica e específica, colocamos à disposição o que existe de melhor para formar nossos profissionais ", afirma o secretário-adjunto de Operações Integradas, Bráulio de Melo.
O que os agentes americanos fizeram em duas semanas foi mostrar como investigar esses crimes, rastrear e comprovar a autoria e ainda captar dados e encontrar a materialidade (a autoria e provas). Isso com as ferramentas disponíveis no Brasil.
“Tivemos dinâmicas práticas, com casos reais e aprendemos com profissionais experientes em grandes investigações em crimes cibernéticos”, diz o delegado titular da Delegacia de Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Leonardo Borges.
“Essa troca de informações e sistema de cooperação são sempre bem-vindos. As técnicas utilizadas e ensinamentos trazidos pelos norte-americanos foram bastante proveitosos, tendo em vista que eles estão à frente das mais complexas investigações”, comenta Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, em Passo Fundo (RS).
A conferência foi uma parceria entre Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Missão Diplomática dos Estados Unidos em Brasília, com apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
GM / DB - RF