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Atletas paralímpicos refugiados disputam medalhas nos Jogos Rio 2016
Brasília, 12/09/16 – Três anos após perder a parte inferior da perna direita na guerra da Síria, o atleta Ibrahim Al- Hussein disputa medalhas nos 50 metros e 100 metros nado livre na classe S10. Hussein e o iraniano Shahrad Nasajpour, do arremesso de discos, são refugiados e integram a primeira Equipe de Atletas Paralímpicos Independentes na Rio 2016.
O propósito do Comitê Olímpico Internacional ao abrir espaços para eles e também à inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados é chamar a atenção para essa população, calculada em 65 milhões de refugiados no mundo, que são obrigados a se deslocar pelo mundo.
O nadador vive na Grécia e Shahrad, que tem paralisia cerebral, nos Estados Unidos. O arremessador de disco preferiu manter em segredo as razões que o levaram a deixar o Irã. Os competidores enfrentam um desafio adicional, pois, além da deficiência, foram forçados a deixar seus países.
Sírios como Ibrahim lideram a comunidade de refugiados reconhecidos no Brasil. Eles chegam a 2.298 do total de 8.863 solicitações de refúgio concedidas até abril de 2016 pelo governo brasileiro, por meio do Ministério da Justiça e Cidadania (MJC). Nos últimos cinco anos, esses pedidos cresceram 2.868%. Passaram de 966, em 2010, para 28.670 em 2015.
A guerra na Síria já provocou cerca de 5 milhões de refugiados no mundo e a pior crise humanitária desde a 2ª guerra Mundial. Com o aumento do fluxo no Brasil, o governo decidiu tomar medidas que facilitassem a entrada desses imigrantes no território e sua inserção na sociedade brasileira. Em 2013, por exemplo, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao MJC, publicou a Resolução nº 17, que autoriza as missões diplomáticas brasileiras a emitir visto especial a pessoas afetadas pelo conflito na Síria. A resolução tem validade até 2017.
Em novembro de 2015, o Registro Nacional de Estrangeiro e a cédula de identidade passaram a ser gratuitas para refugiados e asilados. O Brasil tem buscado desenvolver políticas de integração para esse público com os cursos de língua portuguesa e cultura brasileira, além de capacitação para o empreendedorismo. Essas medidas são desenvolvidas em parceria com outras instituições.
Clique e confira os dados do último balanço sobre refúgio no Brasil
Com informações do Acnur