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“A melhor estratégia é a asfixia financeira e logística”, defende Flávio Dino no 7º Fórum CNT de Debates, que discute combate ao crime nos transportes
Foto: Tom Costa / MJSP
Brasília, 22/11/2023 - O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, foi o palestrante da abertura do 7º Fórum CNT de Debates, realizado nesta quarta-feira (22) em Brasília. Promovido pelo Sistema Transporte, formado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Serviço Social do Transporte (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e Instituto de Transporte e Logística (ITL), o evento debate “Segurança Pública e atividade transportadora”. O objetivo é traçar estratégias para coibir roubos, saques e depredação nos transportes rodoviário, ferroviário e aquaviário.
No evento, o ministro abordou “O combate ao crime organizado e as implicações para o setor transportador”. De acordo com ele, o problema vai além dos indicadores criminais.
“Temos diminuição de 7% dos roubos de carga registrados pela Polícia Rodoviária Federal, mas a questão não é só números. O nosso problema não é só quantitativo, mas sobretudo qualitativo. Nos últimos anos, há uma tendência de queda dos indicadores, mas a questão é muito mais em relação à configuração do crime. Hoje, roubo e furto não são mais executados por poucos indivíduos, mas fazem parte de uma cadeia de crime”, analisou Dino.
“Torna-se imperativo unir esforços, discutirmos ideias e traçarmos estratégias que possam, efetivamente, combater estas ameaças, porque a segurança é um direito fundamental de todos”, complementou o presidente da CNT, Vander Costa.
Para o combate a esta rede, avaliou o ministro, é preciso enfrentar o poderio econômico das organizações criminosas: “O grande desafio está no financiamento e na lavagem de dinheiro do crime. O crime é rico porque é organizado, e é organizado porque é rico. A melhor estratégia é a asfixia financeira e logística. Os grandes financiadores do crime estão atuando no mercado de criptoativos e imóveis. Isto é central”, complementou o ministro, ressaltando que este é um dos objetivos do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc).
O Enfoc prevê nos seus eixos, entre outras políticas, cooperação entre os entes, integração informacional, recuperação de ativos e reforço da segurança nos portos, aeroportos, fronteiras e divisas.
Além do programa, que conta com investimento de R$ 900 milhões, o MJSP coordena, de forma permanente, operações integradas em todos os estados que possuem faixa de fronteia em território brasileiro. Juntas, as ações já causaram prejuízo de R$ 2 bilhões ao crime neste ano.
“Não há saída perfeita. A saída é muito trabalho. E é o que estamos procurando fazer com seriedade”, concluiu Dino.