Notícias
ARTESANATO BRASILEIRO
Dia do Artesão é celebrado com valorização e apoio do Ministério do Empreendedorismo

- .
Seja a cestaria indígena da Amazônia, o capim dourado do Tocantins, as rendas de bilro do Ceará; sejam as imagens religiosas esculpidas em madeira de Minas Gerais; as cuias de chimarrão com escamas e couros de peixes; as bonecas Karajá Ritxòkó, produzidas em cerâmica no Mato Grosso, toda essa riqueza e diversidade do artesanato expressa a identidade brasileira, comemorada neste 19 de março, no Dia do Artesão e da Artesã. É por reconhecer e valorizar essa força cultural, herdada por gerações, que o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da empresa de Pequeno Porte (MEMP) reconhece e valoriza estes mestres da arte.

- Foto: Felipe Brasil
Graças à atuação da Secretaria Nacional do Artesanato e do Microempreendedor Individual (SNAMI), comandada por Milton Coelho da Silva, e da Diretoria do Artesanato e Microempreendedor Individual - (DAMI), o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) está, a cada dia, mais fortalecido.
A realização de feiras em 2024, por exemplo, trouxeram visibilidade, oportunidade de negócios e renda para os participantes. Entre os eventos, o 17º Salão do Artesanato, realizado em maio, em Brasília; a 24ª FENEARTE (Recife, julho); o 18º Salão do Artesanato (São Paulo, agosto) e a 6ª FENACCE (Fortaleza, setembro. Foram R$ 14,7 milhões em negócios fechados apenas no ano passado, sendo 234.280 peças vendidas, beneficiando 4,3 mil artesãos.
“Isso reforça nossa meta de aproveitar as vocações regionais e a apoiar os artesãos para o mercado competitivo, com a profissionalização e a comercialização dos produtos artesanais brasileiros”, afirma a diretora do PAB, Elisabeth Bacelar.
Ela conta que, para 2025, a expectativa é ainda maior, com a participação na 2ª FENABA, na Bahia, entre 9 a 12 de outubro; no 19º Salão do Artesanato, em São Paulo, de 21 a 25 de maio; na 25ª FENEARTE, no Recife, de 9 a 20 de julho, e na 7ª FENACCE, em Fortaleza, no período de 9 a 14 de setembro.
Outro ponto forte de consolidação da área pelo MEMP foi a emissão, até agora, de 227.415 Carteiras Nacionais do Artesão, trabalho feito pelo Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB), que reconhece formalmente a profissão de artesão e garante o acesso a políticas públicas do PAB. O órgão cadastrou, de 2007 a outubro de 2024, 224.762 artesãos.
ARTESANATO É FEMININO
O cadastro realizado pelo Sicab revela o perfil dos artesãos: 80% são mulheres, incluindo artesãs individuais e representantes de entidades. Quanto à etnia, 52% são pardos, 37% brancos, 10% pretos e 1% amarelos. As mulheres também têm dominância na representatividade: de 19 cooperativas cadastradas, 12 são lideradas por mulheres. Além disso, entre 289 associações registradas, 231 possuem presidentes mulheres.

- Foto: Felipe Brasil
Em relação aos povos e comunidades tradicionais, os indígenas somam 4%; quilombolas, ciganos, matriz africana, ribeirinhos, quebradeiras de coco e caiçaras, são menos de 1%.
Para o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, o artesanato tem tido o reconhecimento de sua importância para a economia, cultura e inclusão produtiva desde que o MEMP foi criado, em janeiro de 2024, a pedido do presidente Lula, que solicitou atenção especial ao setor. “O artesanato movimenta cerca de R$ 100 bilhões por ano, aproximadamente 3% do PIB nacional.”
O ministro tem conversado com artesãos em todos os recantos do Brasil para melhor encaminhar as demandas da atividade. Entre eles, destaca-se o mestre Aberaldo Sandes, do povoado Ilha do Ferro, às margens do rio São Francisco, no município de Pão de Açúcar (AL). Reconhecido por sua habilidade na escultura em madeira, ele cria figuras humanas estilizadas, além de pássaros, cobras e lagartos. Seu trabalho combina tradição e inovação, explorando novas formas e utilidades, um ofício herdado do pai e agora compartilhado com seus dois filhos. “A gente fica feliz de falar com o senhor, e minha esposa queria agradecer ao presidente Lula”, disse Aberaldo.

- Foto: Beto neves
Márcio França reafirmou o compromisso do ministério com o artesanato brasileiro, dizendo que a celebração do Dia do Artesão, este ano, marca a consolidação desta arte popular ancestral.
“Cada peça confeccionada carrega a personalidade do artesão e da sua região. O artesanato aqui começou com os indígenas, que antes da chegada dos portugueses já pintavam seus corpos, confeccionavam peças de vestuário, cocares, instrumentos musicais, usando a matéria-prima da natureza. Além de gerar bom ambiente de negócios e inovação, queremos preservar as culturas locais”, destacou.