Notícias
ARTESANATO BRASILEIRO
Artesanato brasileiro ganha destaque na maior feira de artesanato da América Latina
O Brasil será convidado de honra na maior feira de artesanato da América Latina, a a Expoartesanías, que será realizada nesta semana em Bogotá, Colômbia. O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), por meio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), é parceiro estratégico na ação realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que idealizou um pavilhão do artesanato brasileiro no evento.
No pavilhão brasileiro, mais de 240 peças criadas por cerca de 75 artesãs, representando todas as regiões do país, serão exibidas. As peças foram selecionadas por um criterioso processo de curadoria, que também contou com o apoio das coordenações estaduais do PAB na logística e planejamento. Essa ação visa apresentar a diversidade e a excelência do artesanato brasileiro em um dos mais importantes eventos do segmento no mundo.
Artesanato feminino: a força que impulsiona o setor
As mulheres desempenham um papel central no artesanato brasileiro, representando 80% dos profissionais cadastrados no PAB. A diversidade étnica também é um marco: 56% das artesãs se identificam como pardas, enquanto cerca de 6.500 mulheres indígenas estão envolvidas no setor, sendo que 68% têm o artesanato como sua principal fonte de renda.
O trabalho artesanal feminino combina tradição, independência e inovação. Aproximadamente 92% dessas mulheres desenvolvem suas peças em casa, conciliando a atividade com outras responsabilidades. Técnicas como bordado, crochê, renda e cerâmica são amplamente representadas, e 24% das artesãs participam de feiras e eventos, ampliando sua visibilidade e acesso ao mercado.
Entre os mestres artesãos reconhecidos pelo PAB, 52% são mulheres, evidenciando o protagonismo feminino não apenas na produção, mas também na liderança e transmissão de conhecimentos no setor.
Reconhecimento internacional
Para Ayla Guadalupe, artesã de Pernambuco, participar da Expoartesanías é um marco em sua trajetória: "Receber esse convite foi um dos maiores reconhecimentos da minha carreira. É muito importante levar o que fazemos aqui para a América Latina, explorar novos mercados e mostrar a riqueza de nossos produtos e matéria-prima."
Alexandra Borba Suruí, artesã indígena de Rondônia, também terá suas peças expostas na feira. Para ela, a participação das mulheres em eventos como este é crucial: "Abrir espaço para mulheres — indígenas, quilombolas, ribeirinhas, urbanas — é essencial. Que eventos como este sejam apenas o começo."
A internacionalização do artesanato é um dos pilares estratégicos do PAB, que identifica feiras e eventos como oportunidades únicas para divulgar o artesanato brasileiro como gerador de cultura, renda e desenvolvimento. Segundo o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, que estará presente na feira: "Participar da Expoartesanías como país de honra é um reconhecimento ao talento brasileiro e reforça o sucesso das nossas ações em 2024. O artesanato é um setor de grande potencial econômico e cultural para o Brasil", explica o ministro.
Histórico de colaboração com a Colômbia
Brasil e Colômbia compartilham uma longa trajetória de colaboração no setor artesanal, formalizada anteriormente por um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o PAB e a Artesanías de Colombia. Esse acordo inspirou o desenvolvimento de laboratórios técnicos atualmente em execução no Espírito Santo, Paraíba e Amazonas.
O Amazonas, inclusive, lançará na Expoartesanías um catálogo com os resultados desse laboratório técnico, evidenciando a união entre tradição e inovação na produção artesanal brasileira.
Sobre a Expoartesanías
Organizada pela Artesanías de Colombia, a feira é uma das principais plataformas de artesanato do mundo, reunindo milhares de expositores e visitantes anualmente. No Brasil, o PAB desempenha um papel central na formulação e execução de políticas públicas para o setor, articulando ações com estados e comunidades artesanais.
Com a participação como país de honra, o Brasil reafirma seu compromisso com o fortalecimento do artesanato como uma expressão cultural e um motor de desenvolvimento econômico, projetando ainda mais sua riqueza criativa no mercado internacional.