Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas
Empresários, Estado e movimento de favelados (1957-1973)
Marco Marques Pestana
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
Este livro retoma a história da massiva política de remoções de favelas no Rio de Janeiro do período 1962-1973, observando-a pelo prisma das relações entre Estado e sociedade civil. Sua análise rejeita a tradicional dicotomia liberal que enxerga uma simples oposição entre os dois termos, em favor de uma abordagem de alicerces gramscianos que enfatiza a articulação entre eles. Para isso, é fundamental o recurso ao conceito de classes sociais, capaz de iluminar a dinâmica dessa articulação, evidenciando as assimetrias na circulação de sujeitos e ideias. Assim, o projeto remocionista que se instalou no Estado – tanto em regime democrático, quanto sob a ditadura de 1964 – tem a sua origem rastreada em setores empresariais organizados na sociedade civil. De forma complementar, são também apresentados os mecanismos manejados pelo aparato estatal para limitar o escopo das lutas e organizações surgidas das favelas, de forma a bloquear o seu transbordamento em uma política de questionamento do conjunto da ordem social.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Marco Marques Pestana
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2017
Volume: 10
ISBN: 978-65-995573-3-0 (impresso) | 978-85-7009-005-8 (digital pdf)
Ano: 2022
Edição: 1ª
Número de páginas: 368
A invenção do inimigo
História e memória dos dossiês e contradossiês da ditadura militar brasileira (1964-2001)
Pedro Ivo Teixeirense
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
A invenção do inimigo revela o processo político de elaboração, montagem e uso de dois arquivos. De um lado, a documentação que a ditadura militar organizou para perseguir os “inimigos da pátria”. De outro, o arquivo da Comissão de Anistia reunido por vítimas do regime que sofreram inúmeras formas de perseguição política entre 1964 e 1985. A obra investiga as formas de construção, organização e apresentação dos modelos narrativos com pretensão de valor de verdade. Como o Serviço Nacional de Informações (SNI) montou seus arquivos? Quem foram os homens e mulheres perseguidos na história recente do Brasil? De que maneira circulavam os documentos secretos entre os órgãos das comunidades de informação e repressão da ditadura? Como foram organizados os arquivos que buscam contar a história das vítimas do regime? Essas são algumas das questões enfrentadas neste livro.
Finalista do 9º Prêmio Abeu (2023), categoria Ciências Sociais
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Pedro Ivo Teixeirense
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2017
Volume: 11
ISBN: 978-65-995573-1-6 (impresso) | 978-85-7009-004-1 (digital pdf)
Ano: 2022
Edição: 1ª
Número de páginas: 288
Dançando na mira da ditadura
Bailes soul e violência contra a população negra nos anos 1970
Lucas Pedretti
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
A proposta deste livro é tentar compreender o regime iniciado em 1964 colocando no centro da análise a questão racial. Para isso, o autor se dedica à experiência de frequentadores e organizadores dos bailes de música soul que ocorriam nos subúrbios cariocas ao longo da década de 1970. Essas festas, que naquele momento se tornaram um dos principais espaços de lazer da juventude negra e trabalhadora da cidade, foram rapidamente vistas pelo regime autoritário como ameaça à segurança nacional, e aqueles jovens foram monitorados, perseguidos, censurados e presos. Assim, a obra mostra como, independentemente de ter ou não atuação política, a juventude negra foi alvo de diversas violações aos direitos humanos durante a ditadura.
Ao defender a ampliação do olhar sobre quais foram os setores da sociedade atingidos pela violência ditatorial, Dançando na mira da ditadura tenta, por um lado, questionar uma memória arraigada em parte da esquerda, de que as vítimas do regime foram apenas um restrito rol de militantes envolvidos na luta armada ou no movimento estudantil. Por outro, busca enfrentar o negacionismo da direita sobre a ditadura, que se ancora amplamente na falsa ideia da “ditabranda”. Em um momento em que as disputas de memória sobre o passado recente se tornaram tão centrais na sociedade brasileira, este livro oferece uma contribuição para que, compreendendo melhor nosso passado, tenhamos capacidade de construir nosso futuro.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Lucas Pedretti
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2017
Volume: 12
ISBN: 978-65-995573-4-7 (impresso) | 978-85-7009-006-5 (digital pdf)
Ano: 2022
Edição: 1ª
Número de páginas: 152
Ditadura e corrupção
A Comissão Geral de Investigações e o confisco de bens de acusados de enriquecimento ilícito no Brasil (1968-1978)
Diego Knack
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
O livro é resultado de minuciosa pesquisa no acervo da Comissão Geral de Investigações (CGI) e mostra em detalhes a atuação desse órgão estabelecido pelo regime militar para confiscar bens de corruptos. Criada com base no AI-5, a CGI foi uma espécie de tribunal de exceção. Fazia julgamentos sumários de supostos crimes ocorridos antes de sua criação, não era integrada por juízes togados, mas sim por militares, e não observava o processo legal, já que o acusado, muitas vezes, era chamado a depor ou a defender-se sem ter clareza do que o acusavam.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Diego Knack
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2014
Volume: 9
ISBN: 978-85-60207-93-0 (impresso)
Ano: 2018
Número de páginas: 188
Repressão a militares na ditadura pós-1964
Cláudio Beserra de Vasconcelos
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
Neste livro, Cláudio Beserra de Vasconcelos analisa a política repressiva aplicada aos militares entre o golpe de 1964 e o início do ano de 1970, enfatizando a disputa político-ideológica pelo controle do Estado brasileiro que se intensificou a partir de 1945. Os militares tiveram participação central no debate sobre o tipo de desenvolvimento que seria adequado para o Brasil e, assim como os civis, acabariam divididos. Após o golpe, como o novo regime tinha como objetivo excluir do ambiente político qualquer obstáculo para implementação do projeto de Estado que então se pretendia, os militares que haviam defendido de forma ativa uma proposta nacionalista, desde o final da década de 1940, tonaram-se um dos alvos privilegiados do processo repressivo. Esta é, segundo o autor, a lógica que explica a prática repressiva que recaiu sobre parcela significativa de militares após o golpe de 1964.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Cláudio Beserra de Vasconcelos
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2014
Volume: 8
ISBN: 978-85-60207-88-6 (impresso)
Ano: 2018
Número de páginas: 260
Do hábito à resistência
Freiras em tempos de ditadura militar no Brasil
Caroline Jaques Cubas
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
Esta publicação traz à cena um grupo silenciado pela história: as freiras em tempos de ditadura militar. A autora defende a tese a de que elas foram, sim, participantes políticas ativas na luta contra o regime, trazendo depoimentos significativos e comoventes de freiras que se dispuseram a falar. Sistematiza trabalhos e investigações afins, para fazer uma interrogação mais global sobre o ativismo político das freiras na época e conferir um significado mais amplo a esse ato.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Caroline Jaques Cubas
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2014
Volume: 7
ISBN: 978-85-60207-87-9 (impresso)
Ano: 2018
Número de páginas: 224
Os vigilantes da ordem
A cooperação Deops-SP e SNI e a suspeição aos movimentos pela anistia (1975-1983)
Pâmela de Almeida Resende
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
O livro examina a atuação da comunidade de informações e segurança do regime civil-militar em relação aos movimentos de luta pela anistia, entre 1975 e 1983, analisando a documentação do Departamento de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (Deops/SP) e do Serviço Nacional de Informações (SNI). Com o fortalecimento das lutas democráticas, esse período foi marcado pela intensificação das manifestações sociais e pela decretação da Lei de Anistia em 1979. A relação entre a vigilância do Estado e a atuação dos movimentos pela anistia assume um lugar importante, considerando-se os limites da chamada distensão, cujas práticas guardam continuidades em relação ao período anterior, além de trazer à tona os dissensos no interior das Forças Armadas. Enquanto se rearticulavam os movimentos sociais, aumentavam as contradições intenas quanto às políticas de repressão, numa demonstração de que o processo de transição política deveria levar em consideração também as demandas de uma parte da corporação militar visivelmente insatisfeita com os rumos da abertura. Foram anos marcados pela 'lógica da desconfiança' de um regime que, mesmo em tempos de abertura política, promoveu uma vigilância diária e sistemática contra os possíveis opositores do regime.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Pâmela de Almeida Resende
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2012
Volume: 6
ISBN: 978-85-60207-74-9 (impresso)
Ano: 2015
Número de páginas: 152
Os protagonistas do Araguaia
Trajetórias, representações e práticas de camponeses, militantes e militares na guerrilha
Patricia Mechi
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
A Guerrilha do Araguaia ocorreu entre 1972 e 1974, na região sul dos estados do Pará e do Maranhão, além do norte do estado de Goiás (atual Tocantins). Envolveu cerca de setenta militantes do Partido Comunista do Brasil, partido que a organizou, e algumas dezenas de moradores que se incorporaram ao movimento. Ambos os grupos foram reprimidos pelas Forças Armadas, que prendeu, torturou e assassinou guerrilheiros e camponeses. Este livro aborda as trajetórias, representações e práticas dos grupos sociais que protagonizaram este evento: camponeses, militantes do PCdoB e os militares. A intenção foi compreender o caminho que cada grupo trilhou para chegar ao Araguaia e à região, quais eram os objetivos que pretendiam cumprir e as práticas que adotaram para atingi-los. A investigação teve como fontes os depoimentos dos camponeses da região, a documentação do Partido Comunista do Brasil sobre a guerrilha, além de registros militares sobre as operações, sejam os registros oficiais ou relatos e livros produzidos por alguns dos oficiais do Exército envolvidos na repressão.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Patricia Mechi
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2012
Volume: 5
ISBN: 978-85-60207-71-8 (impresso)
Ano: 2015
Número de páginas: 292
Dossiê Itamaracá
Cotidiano e resistência dos presos políticos da Penitenciária Barreto Campelo, Pernambuco (1973-1979)
Joana Côrtes
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
O tema deste livro são as experiências de resistência socializadas no cotidiano dos presos políticos na Penitenciária Barreto Campelo, na ilha de Itamaracá, no estado de Pernambuco, entre 1973 e 1979, durante a ditadura civil-militar. Por meio de história oral, da análise de vasto acervo documental e fotográfico pertencente aos seis ex-presos políticos entrevistados, além de relatórios produzidos pelo Departamento de Ordem Política e Social de Penambuco, analisa duas dimensões essenciais desse movimento: a luta de resistência às violações de direitos e a invenção de estratégias de sobrevivência, reorganização de identidades e rearticulação da força política coletiva; e as articulações dessas lutas com os movimentos sociais extenos. Ao defender o reconhecimento da condição de presos políticos e denunciar as arbitrariedades do regime, o coletivo de Itamaracá extrapolou os muros da prisão e estabeleceu vínculos com outros atores e movimentos, e se constituiu em mais um protagonista das forças de oposição à ditadura brasileira no final da década de 1970.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Joana Côrtes
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2012
Volume: 4
ISBN: 978-85-60207-72-5 (impresso)
Ano: 2015
Número de páginas: 184
Todo o leme a bombordo
Marinheiros e ditadura civil-militar no Brasil da rebelião de 1964 à anistia
Autor: Anderson da Silva Almeida
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
A obra discute as trajetórias dos praças da Marinha pertencentes à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB) no período da ditadura civil-militar no Brasil. Com este objetivo, o autor analisa as principais causas e reivindicações da rebelião ocorrida em 1964, a participação de diversos atores políticos, a ideia de que o acontecimento foi o estopim para o golpe e os caminhos posteriores percorridos pelos rebeldes. Nesse sentido, destaca tanto os marinheiros que participaram dos movimentos armados, quanto os que tentaram seguir suas vidas sem se envolver com a guerrilha, abordando, por fim, o longo e tortuoso processo de anistia desses atores sociais.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Anderson da Silva Almeida
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2010
Volume: 3
ISBN: 978-85-60207-45-9 (impresso)
Ano: 2012
Número de páginas: 252
O terror renegado
A retratação pública de integrantes de organizações de resistência à ditadura civil-militar no Brasil (1970-1975)
Alessandra Gasparotto
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
O livro tem por objetivo analisar os processos de retratação pública protagonizados por integrantes de organizações de esquerda que combatiam a ditadura civil-militar no Brasil. Tais episódios; que passaram a ser conhecidos como arrependimentos, tiveram início em maio de 1970, quando um grupo de cinco jovens ligados à Vanguarda Popular Revolucionária lançou dois manifestos, nos quais eles negavam a existência de tortura, elogiavam as principais obras do regime e faziam um apelo aos jovens para que não ingressassem na luta contra a ditadura. A partir daí, uma série de depoimentos passou a ser divulgada nos jornais e redes de televisão do país.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Alessandra Gasparotto
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2010
Volume: 2
ISBN: 978-85-60207-46 (impresso)
Ano: 2012
Número de páginas: 274
No centro da engrenagem
Os interrogatórios na Operação Bandeirante e no DOI de São Paulo (1969-1975)
Mariana Joffily
Digital: gratuito
Impresso: R$ 20
Mariana Jofilly aborda neste livro um ponto de vista ainda pouco explorado entre os diversos estudos sobre o regime militar brasileiro. Trata-se dos interrogatórios preliminares de militantes acusados de subversão pela Operação Bandeirante e pelo DOI-Codi, realizados em São Paulo entre 1969 a 1975. A obra foi uma das ganhadoras do Prêmio Memórias Reveladas 2010, instituído pela Casa Civil da Presidência da República, que tem o objetivo de incentivar a divulgação de trabalhos feitos com base nas fontes documentais referentes ao regime militar no Brasil. A autora partiu do questionamento da função dos interrogatórios preliminares realizados, procurando restabelecer a lógica de produção dos documentos pela Operação Bandeirante e pelo DOI-Codi, e a partir disso questionar o que tais documentos teriam a dizer sobre os órgãos repressivos que os geraram.
Ficha técnica
Editor: Arquivo Nacional
Autor: Mariana Joffily
Série: Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, 2010
Volume: 1
ISBN: 978-85-60207-49-7 (Arquivo Nacional); 978-85-314-1405-3 (Edusp) (impresso)
Ano: 2012
Número de páginas: 349