Em novembro de 1974, relatório confidencial do Comando Militar da Amazônia (CMA) reconhece o estímulo conferido pela ditadura à implantação de missionários estrangeiros em comunidades indígenas .png
Conforme o CMA, haveria "como que uma complacência e até mesmo apoio das autoridades municipais, estaduais e federais com relação a estes missionários", cuja atuação junto aos povos indígenas "se não é nociva, pelo menos de nada construtivo apresenta". Notava-se, ainda, a "infraestrutura digna de nota" à disposição dos estrangeiros, que contariam com um "apoio logístico considerável" e "uma rede de comunicações própria e até mesmo apoio aéreo". Afirmava-se ainda que muitos deles estariam "em situações irregulares no país", sendo "grande o número de pesquisadores". Destacando a inexistência de um órgão fiscalizador oficial, o CMA manifestava sua própria dificuldade em acompanhar as atividades dos missionários, que "chegam e saem sem maiores dificuldades da área", espalhados em grandes números por vasto território. Concluindo, o Comando declarava que vinha "tentando sensibilizar as autoridades superiores para este problema".
Arquivo Nacional, Serviço Nacional de Informações, BR DFANBSB V8.MIC, GNC.AAA.74085577
Atualizado em
27/04/2023 09h00