Letra da música Rebichada, de Chico Buarque, submetida ao serviço de censura federal em julho de 1981 e vetada por conter a palavra “mijar”
A composição, que terminaria fazendo parte do disco e do filme “Os saltimbancos trapalhões”, gravados por Chico Buarque em parceria com o grupo de comediantes Os Trapalhões, foi a princípio inteiramente proibida. A gravadora Ariola, entretanto, recorreu da decisão e conseguiu que a música fosse integralmente liberada. O relator do caso, Ricardo Cravo Albin, membro do Conselho Superior de Censura, concluiu que a proibição, no fundo, se deveria a uma “implicância censória” contra Chico Buarque. Dizia ainda que “O veto censório não se justifica em nenhum momento, já que incide sobre um único verbo, dentro de uma estrutura literária que emprega muitos verbos para narrar uma ação encadeada, uma brincadeira infantil que fala de velhas fábulas, velhas histórias que empregam muitos animais domésticos”. Assim, em se tratando de animais, o verbo estaria “perfeitamente bem achado”, pois “quem mija é um gato”, “Até porque quem urina é gente, animal não urina, animal mija mesmo”.
Arquivo Nacional, Divisão de Censura de Diversões Públicas, BR DFANBSB NS.CPR.MUI, LMU.6622
Atualizado em
26/05/2022 19h45