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O evento terá a participação de lideranças das 18 organizações sociais de mulheres do Nordeste, que fazem parte da comunidade de prática do Programa Doar para Transformar.
Lideranças de organizações sociais participam de exibição de documentário
22 horas e 31 minutos
Foto: Divulgação
A exibição do documentário “ Digo às companheiras que aqui estão” , sobre a trajetória de Lenira Carvalho, uma das precursoras da luta por direitos das trabalhadoras domésticas, acontece na quarta-feira (02), às 18h30, no Cinema do Museu (Circuito Sala de Arte/Corredor da Vitória), em Salvador.
Aberta ao público, com entrada franca, será seguida do debate "Comunicação, memória e as lutas das mulheres". Essa iniciativa faz parte da programação da Oficina de Comunicação do Programa Doar para Transformar da CESE-Coordenadoria Ecumênica de Serviço.
O evento terá a participação de lideranças das 18 organizações sociais de mulheres do Nordeste, que fazem parte da comunidade de prática do Programa Doar para Transformar.
“Esse evento faz parte da programação da Oficina de Comunicação do Projeto Doar para Transformar, e a partir do documentário que mostra a trajetória de Lenira nós vamos discutir a importância da comunicação e da memória para a luta das mulheres. A história de Lenira tem muita força, principalmente pelo fato de ser uma liderança nordestina, representando a luta das trabalhadoras domésticas, um segmento formado majoritariamente por mulheres negras”, explica a assessora de projetos e formação da CESE, Viviane Hermida, que coordena o projeto.
Participam do debate no Cinema do Museu a diretora do documentário, Sophia Branco, que é socióloga, militante feminista do Fórum de Mulheres de Pernambuco/Articulação de Mulheres Brasileiras; Carmen Silva, socióloga, militante feminista do Fórum de Mulheres de Pernambuco/Articulação de Mulheres Brasileiras e educadora do SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia, e Creuza Oliveira , presidente Secretária de Formação Sindical e de Estudos do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia (Sindoméstico/BA), com mediação de Marcella Gomez, assessora de projetos e formação da CESE.
O DOCUMENTÁRIO
Produzido pelo SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia e Parabelo Produções, com direção de Sophia Branco e Luís Henrique Leal, o documentário “Digo às companheiras que aqui estão” traz uma entrevista Lenira em sua casa poucos meses antes de seu falecimento. Ela morreu aos 88 anos, em agosto de 2021. Através dos seus relatos, Lenira traz à tona discussões elaboradas pela categoria, que dizem muito sobre a formação social do Brasil.
Lenira Carvalho foi pioneira na luta por direitos das trabalhadoras domésticas. Ela iniciou o movimento em defesa da categoria no início da década de 1960. Durante os anos da ditadura militar e no processo de democratização do país, atuou na Juventude Operária Católica (JOC), junto a Dom Helder Câmara e outras lideranças populares ligadas à Teologia da Libertação.
Na década de 1970, fundou com outras trabalhadoras a Associação das Trabalhadoras Domésticas do Recife. Na constituinte, foi a liderança que representou a voz da categoria no Brasil, discursando em plenário e entregando a Ulysses Guimarães a carta das domésticas com suas reivindicações.
“Vou batalhar e não posso estar sozinha nesta luta. Tenho que procurar mais e mais parceiras. É nisso tudo em que acredito e é por isso que tenho a esperança de que, um dia, nenhuma moça do interior ou da cidade, empregada doméstica, do comércio ou da fábrica, tenha que chorar em busca de sua própria dignidade”, dizia ela. Lenira nasceu no dia 23 de novembro de 1933 na cidade de Porto Calvo, no interior de Alagoas. Ainda criança, passou a morar no Recife e começou a trabalhar como empregada doméstica em casa de família por volta dos 12 anos.
Fonte: Tribuna da Bahia, 27/07/2023
Disponível: https://www.trbn.com.br/materia/I86773/liderancas-de-organizacoes-sociais-participam-de-exibicao-de-documentario-