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O diálogo sobre narrativas da memória audiovisual foi coordenado pelo professor doutor e jornalista Pedro Pinto de Oliveira, com a participação da professora doutora Letícia Capanema do PPGCOM/UFMT.
Genocídio indígena, escravidão e ditadura militar em narrativas audiovisuais
PNB Online
A professora doutora do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Poder (PPGCOM) Letícia Capanema há pelo menos dois anos tem se dedicado à pesquisa sobre as várias manifestações audiovisuais, incluindo o cinema, como forma de construir narrativas da memória. Nesta sexta-feira (26.05), ela compartilhou o tema com mestrandos e doutorados do Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) e do PPGCOM, ambos da UFMT.
A pesquisa tem como título: “Narrativas da memória no audiovisual: lembrança, esquecimento e legibilidade histórica” e Capanema explica que os objetos são variados, mas com um eixo que perpassa todos eles em três esferas: escravidão, ditadura militar e genocídio indígena.
Durante o diálogo, coordenado pelo professor doutor Pedro Pinto de Oliveira através da disciplina “O pensamento em ação e a imaginação criativa”, Letícia Capanema propôs uma análise sobre dois filmes que tratam de memórias traumáticas e fundadoras da sociedade brasileira. São eles: “A morte branca do feiticeiro negro”, de Rodrigo Ribeiro,(2020) e Pastor Claudio, de Beth Formaggini (2017).
“Cada um com suas especificidades. A ideia não é colocar de forma comparativa no sentido de qual dor é maior, mas no sentido de entender como que esses traumas vêm sendo representados. O cinema pode proporcionar visibilidade e também legibilidade de certos acontecimentos históricos, com certas narrativas que se criam em torno delas, que tipo de estética e, claro, questões éticas em relação a isso que atravessam as construções audiovisuais que tratam de memórias traumáticas”, explicou Letícia Capanema.
Audiovisual Científico
Para a pesquisadora, que têm como áreas de interesse cinema e estética audiovisual, a academia precisa avançar em outras formas expressivas de comunicar os achados da ciência, incluindo o audiovisual.
“E é um paradoxo, porque a gente vive em uma cultura que é cada vez mais e mais rápido o audiovisual. Ele atravessa o nosso dia a dia quase que absolutamente. Desde a hora que a gente acorda até a hora que vai dormir. É um paradoxo a gente ter uma cultura tão audiovisual, tão atravessada para esses outros formatos e uma produção de conhecimento que ela é muito importante, mas vai se expressar principalmente por meio do verbo escrito”, comentou.
Confira abaixo, a sequência da programação de diálogos contemporâneos da disciplina conjunta ECCO/PPGCOM:
02/06 – A identidade feminina no contexto contemporâneo. Convidada: Profª. Drª Maristela Carneiro.
09/06 – Comunicação e Poder, verdade única e repulsa ao outro. Convidado: Prof. Dr. Bruno Araújo
16/06 – Imagens e a metodologia de aproximação & analogia. Convidado: Prof. Dr. Rodrigo Portari.
Confira o perfil da professora convidada
Profª. Dra. Letícia Xavier de L. Capanema
Doutora (2016) e mestre (2009) em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, com estágio doutoral na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3 (2014). Possui dupla graduação em Radialismo e em Publicidade, com formação complementar em Cinema pela UFMG. Professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação e das graduações em Radialismo e em Cinema e Audiovisual da UFMT. É pesquisadora do campo audiovisual, com interesse em Cinema, Televisão, narrativa e estética da imagem e do som. Atualmente, desenvolve pesquisas sobre narrativas audiovisuais da pandemia e sobre a narração da memória no cinema e na TV. No PPGCOM, atua na Linha 2 – Estéticas e Narrativas.
Áreas de interesse: Cinema; TV; Narratologia; Estética Audiovisual; Narrativas da Memória; Estudos do Som Fílmico.
*Julia Munhoz é jornalista do PNB Online e doutoranda do ECCO/UFMT.
Fonte: PNB Online, 26/05/2023