Por meio do Arquivo Público do Estado do Ceará (Apec),
a Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará) inaugura a exposição “44 Anos da Anistia: Mulheres, Estudantes e Movimentos Sociais nas Lutas pela Anistia no Ceará” nesta sexta-feira, 25.
A exposição traz alguns dos registros das mobilizações sociais feitas, principalmente, por mulheres, pelos movimentos estudantis e pela população da periferia da cidade de Fortaleza, além de apresentar registros de documentos relativos às ações do aparato repressor do Estado.
A abertura da mostra será realizada no auditório do Apec, às 15h.
Segundo Janaína Ilara, orientadora de célula do Apec, uma das funções do órgão é
disseminar informações contidas nos documentos sob sua guarda.
Conforme explicou ela, a exposição surgiu após uma análise e pré-seleção de documentos, onde se observou como é recorrente a presença de mulheres, estudantes e movimentos sociais em prol da anistia e de outras pautas no Estado.
“A proposta da exposição e das atividades que a envolvem é disseminar e apresentar alguns documentos referentes à Anistia, que estão sob a custódia do Apec, e dialogar sobre como eles continuam organizados e a favor de pautas que buscam uma sociedade mais justa”, esclarece a orientadora.
Para a inauguração da exposição, serão convidadas Ruth Cavalcante, professora e primeira presa política do Ceará na ditadura brasileira; e Daciane Barreto, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira no Ceará, equipamento gerido pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) que atua com rede de proteção e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência. A conversa terá mediação de Eilane Lourenço, historiadora do Apec.
DOCUMENTAÇÃO
A exposição conta com registros de atos do Movimento Brasileiro pela Anistia (MBA); do Movimento Feminino pela Anistia (MFA); de congressos estudantis do ensino médio e universitário realizados em Fortaleza; do Encontro Universitário da Mulher Cearense; e das atividades do Movimento de Educação de Base (MEB). Toda a documentação é parte do acervo do Projeto Memórias Reveladas: as lutas políticas no Ceará (1964-1985) e do Arquivo Público do Estado do Ceará, com registros da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) e do Serviço Estadual de Informações (SEI) relativos às ações do aparato repressor do Estado no período da ditadura.
“Documentar as lutas pela anistia no Ceará configura um dever de memória
, imprescindível para refletir um passado recente e que, nos últimos quatro anos, se mostrou cada vez mais necessário compreender, ‘para que não se esqueça e nunca mais aconteça'”, destaca Márcio Porto, historiador da Secult Ceará.
RODA DE CONVERSA
Ainda em celebração aos 44 anos da Anistia,
na próxima segunda-feira, 28, haverá uma roda de conversa com a professora e ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luíza Fontenele,
cujo nome aparece em alguns dos documentos que estão na exposição. O encontro, que será um relato pessoal sobre o processo de anistia e como Fontenele o vivenciou, será realizado às 15h, também no auditório do Apec.
SERVIÇO
Abertura da exposição “44 Anos da Anistia: Mulheres, Estudantes e Movimentos Sociais nas Lutas pela Anistia no Ceará”
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Quando: 25 de agosto (sexta-feira)
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Horário: 15h
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Onde: Auditório do Arquivo Público de Estado do Ceará (Rua Senador Alencar, 348)
Roda de conversa com Maria Luiza Fontenele
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Quando: 28 de agosto (segunda-feira)
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Horário: 15h
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Onde: Auditório do Arquivo Público do Estado do Ceará
Fonte: Opinião CE, 22/08/2023
Disponível:
https://www.opiniaoce.com.br/fortaleza-recebe-exposicao-sobre-os-44-anos-da-anistia/