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Projeto é uma iniciativa do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP
Caso Yanomami e ditadura militar brasileira serão temas debatidos no Fórum Permanente sobre Genocídio
O Fórum Permanente sobre Genocídio e Crimes Contra a Humanidade promove nesta terça-feira, às 17h30, a conferência intitulada Caso Yanomami e as Denúncias Contra a Ditadura Militar Brasileira . O evento é gratuito e será realizado via Google Meet, com transmissão no Youtube.
A conferência contará com palestras do professor Bruno Boti Bernardi, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e de João Roriz, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). O mediador será o professor Felipe Nicolau Pimentel Alamino, que é um dos organizadores do fórum. Os três receberam o título de doutor pela USP.
“O tema é atual e importante já que retoma a abordagem da proteção aos direitos dos povos indígenas no Brasil”, afirma Felipe Alamino. Sobre as especificidades deste encontro, o professor ressalta que a discussão sobre proteção aos direitos dos Yanomami é de longa data. “Há um histórico muito mais longo no tempo do que o Massacre de Haximu em 1993 ou a crise humanitária que veio a público no início deste ano”, diz.
A respeito dos debates atuais sobre as causas indígenas, Alamino cita a importância da discussão sobre o PL 490/07, conhecido como projeto de lei do marco temporal para demarcação de terras indígenas, recentemente aprovado na Câmara dos Deputados. “É muito difícil falar da proteção aos povos indígenas ou de crimes tendo estes povos como vítimas sem falar do marco temporal. Sempre que temos no programa algum tema relativo aos povos indígenas, tocamos no assunto, haja vista a relação entre os povos e o território, como necessidade de sua manutenção enquanto grupo”, conta. A constitucionalidade do projeto será analisada pelo STF.
Quanto à programação futura, o organizador adianta alguns temas que serão discutidos no fórum. “Nossos encontros são mensais, com a participação dos organizadores e de palestrantes convidados, sempre tratando de temas que envolvem crimes internacionais, especificamente crimes contra a humanidade e genocídio. Para este ano teremos diversos encontros, posso adiantar alguns temas como crimes contra a humanidade durante a ditadura militar no Brasil e negação do Holocausto em países europeus, como a Polônia”, conclui.
Fonte: Jornal da USP, 12/06/2023