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Prosa Nova EduCultTech adapta texto de Gianfrancesco Guarnieri para levar ao palco temas como a precarização do trabalho e o preconceito racial
“Um grito (preto) parado no ar” atualiza peça que furou cerco da censura
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Uma das primeiras peças de teatro a falar da repressão durante a ditadura militar e, mesmo assim, conseguir o feito de escapar da censura volta à Curitiba atualizada. A remontagem do texto assinado Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) traz uma palavra a mais em seu título. Agora se chama “Um grito (preto) parado no ar” e faz curtíssima temporada de 26 a 30 de abril no Guairinha.
A obra de Guarnieri foi levada aos palcos pela primeira vez no Guairão, em 1973, e conseguiu passar pelos censores com o uso de linguagem metafórica. Contudo o acréscimo proposto na nova produção da Prosa Nova EduCultTech traz uma pista clara das escolhas da diretora Loara Gonçalves, são as questões atuais ligadas à precarização do trabalho e a discussão racial que estão em cena.
História ainda atual
O enredo original parte da história de uma trupe teatral impedida de estrear um espetáculo por dificuldades burocráticas, físicas e emocionais, como metáforas para o cenário nacional de opressão. Já “Um grito (preto) parado no ar” fala sobre a necessidade de dar protagonismo a uma população marginalizada e destituída dos seus direitos.
Segundo Gonçalves, o teatro é um espaço de manifestação, de busca pelo grito, onde os silenciados podem contar as suas histórias. “Quando falamos de ‘um grito preto’, estamos falando de denúncias fundamentais. Vivemos em uma sociedade racista, recebemos menos, e a população carcerária em sua maioria é preta. Nossos lugares são sempre impostos, por isso, as nossas urgências são outras”.
Elenco e equipe técnica
Atores: Maicon José Gonçalves de Morais; Monica Margarido; Vanessa Marques; Murilo Ique; Cleo Cavalcantty; e Taciane Vieira. Na equipe técnica estão Luiz Andrioli, diretor de produção; Marina Rodrigues Pires Padilha, maquiadora; Gui Almeida, cenógrafo e figurinista; Katia Drumond, coreógrafa; Jamille Reddin, produtora; Luana Mello, designer; e Salve Samuca, sonoplasta, além de Loara Gonçalves na direção.
“Um grito (preto) parado no ar” (espetáculo de teatro)
De quarta a sexta (26 a 28), às 21 horas; sábado e domingo (29 e 30), às 18 horas e às 21 horas, no Guairinha – Auditório Salvador Ferrante (Rua XV de Novembro, 971 – Centro. Ingressos a partir de R$ 15 (meia)
Fonte: Plural Curitiba, 25/04/2023
Disponível em: https://www.plural.jor.br/noticias/cultura/um-grito-preto-parado-no-ar-atualiza-peca-que-furou-cerco-da-censura/