A iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações teve o formato de chamada por encomenda e contará com recursos de R$ 32,5 milhões, repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto prevê, ainda, a coordenação de esforços de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, assim como ações de extensão, que incluem divulgação científica e suporte à sociedade. O apoio operacional ao projeto estará a cargo da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), vinculada à UFMG.
Em sua justificativa, o projeto enfatiza que a testagem em massa da população e a coleta e organização de dados epidemiológicos são fundamentais para embasar a tomada de decisões diversas – como medidas de restrição de circulação de pessoas e isolamento social – e a disponibilização de informação confiável à sociedade.
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Projeto institucional em rede: laboratórios de campanha para testes de diagnóstico da Covid-19
congrega mais de 20 laboratórios – alguns deles vinculados aos hospitais universitários, outros de caráter multiusuários e unidades laboratoriais de pesquisa. Cento e dezoito pesquisadores, além de técnicos e estudantes bolsistas, participarão da iniciativa.
Confiança e capacidade
André Massensini chama a atenção para o potencial do projeto como fonte de produção de conhecimento e formação de recursos humanos e como mais uma demonstração da importância da ciência e das universidades. “Estamos prontos para atender a mais essa demanda da sociedade. Mas não se pode esquecer que o investimento na pesquisa precisa ser contínuo, e não apenas em momentos de emergência, para garantir que as estruturas estejam permanentemente em condições plenas de funcionamento”, afirma o pró-reitor adjunto de Pesquisa da UFMG, que é professor do Instituto de Ciências Biológicas.
Ainda de acordo com Massensini, a UFMG se beneficia da longa experiência de seus pesquisadores em áreas como genética, imunologia e virologia. “Nosso papel de liderança nesse projeto se deve à confiança que a Universidade conquistou em quase um século de existência”, disse, mencionando também a experiência e a capacidade comprovada da Fundep na operacionalização e gestão de recursos para iniciativas como essa.
O projeto prevê a realização de 100 mil testes de diagnóstico por mês, e 30% deles serão feitos em sete laboratórios da UFMG, que já se dedicam à testagem para a Covid-19. Os kits para os testes por PCR serão fornecidos pela Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), localizado no Rio de Janeiro.
Universidades e pesquisadores
As universidades participantes, além da UFMG, são as federais Fluminense (UFF), da Paraíba (UFPB), de Pernambuco (UFPE), de Goiás (UFG), de São Paulo (Unifesp), de Santa Maria (UFSM/RS), do Mato Grosso do Sul (UFMS), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Amazonas (Ufam), do Paraná (UFPR), do Oeste da Bahia (Ufob) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/BA).
Da UFMG, participam os professores André Massensini, Betânia Drumond, Erna Kroon, Flávio Fonseca, Giliane Trindade, João Trindade Marques, Jonatas Abrahão, Mauro Teixeira, Renato Santana, Ricardo Gazzinelli e Santuza Teixeira, vinculados ao Instituto de Ciências Biológicas; Henrique Figueiredo e Zélia Lobato, da Escola de Veterinária; Adriano Sabino e Ana Paula Moura Fernandes, da Faculdade de Farmácia, e José Nélio Januário, da Faculdade de Medicina.
Esses pesquisadores atuam nos sete laboratórios da UFMG credenciados para o projeto: o CT-Vacinas (BH-TEC), o Laboratório de Vírus, o INCT Dengue o Laboratório de RNA de Interferência (esses três do ICB), o Laboratório de Genética e Biologia Molecular, vinculado ao Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) da Faculdade de Medicina, o Laboratório Institucional de Pesquisa em Biomarcadores (Linbio), da Faculdade de Farmácia, o Aquacen e o Laboratório de Virologia, ambos da Escola de Veterinária.