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Energia sustentável
Evento sobre eficiência energética trabalha na elaboração das ações do Programa EnergIF para o próximo ano
A construção dos planos de ações do Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal (EnergIF), para 2021, está sendo realizada no I Workshop, que acontece juntamente com a 6ª edição do Congresso Ibero-americano de Empreendedorismo, Energia, Meio Ambiente e Tecnologia (VI CIEEMAT). O evento propõe o debate sobre as energias renováveis por meio da promoção do intercâmbio científico para implantação de inovações em eficiência energética. As atividades seguem até sexta-feira (27), com uma programação diversa, voltada à proposição de excelência na gestão energética sustentável.
A cerimônia de abertura foi marcada pela presença do Ministro de Estado da Educação, Milton Ribeiro, que ressaltou que o governo tem trabalhado para desenvolver ações estruturantes em direção a uma transição energética. Ainda segundo ele, o MEC tem participado de atividades ligadas ao planejamento energético e ao desenvolvimento econômico, com importante atuação das instituições de ensino públicas na formação de profissionais qualificados na área. “Nós queremos aproximar o aluno das tecnologias mais recentes a respeito do tema, e dar a eles as habilidades e as capacidades para que possam se tornar, assim que formados, agentes profissionais da área. Acreditando que o mundo será impactado de uma maneira muito direta, em um futuro médio e longo, por esta questão da energia, e também das opções energéticas mais amigáveis ao meio ambiente, das que nós temos nos dias de hoje”, afirmou.
O Programa EnergIF, instituído oficialmente pelo MEC por meio da Portaria nº 941, de 11 de novembro de 2020, apresenta ações que permitirão a redução de gastos com a energia, por intermédio da implantação de usinas fotovoltaicas nas unidades da Rede Federal e da capacitação de docentes e do corpo técnico dessas unidades. “Nós somos 663 campi, nós somos muitos, isso vai dar um impacto tremendo, até mesmo se olharmos apenas nas questões administrativas, possibilitando uma melhor alocação do custeio para cada uma dessas unidades de ensino, demonstrando respeito ao dinheiro público e eficiência neste gasto”, informou o Ministro.
Durante a sessão solene de abertura, o Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Wandemberg Venceslau, destacou que o evento traz uma nova oportunidade de repensar as ações do MEC em relação ao uso das energias renováveis. “Uma oportunidade de debates com os docentes e com os profissionais capacitados e qualificados, e de pensar em soluções e em propostas que venham a fazer a utilização do recurso público ocorrer de forma mais efetiva possível”, relatou.
O Programa EnergIF, implantado há 3 anos, já realizou diversas ações para captação de recursos por meio da participação em chamadas públicas de distribuidoras e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), totalizando 43 milhões de reais. Além disso, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) investiu 76 milhões de reais para compra de 1.300 usinas fotovoltaicas, beneficiando 40 instituições da Rede Federal e mais 2,3 milhões para abertura de cursos na área energética. “Estamos agora na formatação da regulamentação deste programa, com vista à designação de membros, que vão contribuir com qualidade técnica, com expertise e com transferência de conhecimento, por meio de um corpo qualificado de professores e pesquisadores, que estarão aqui presentes nestas discussões do workshop, e pensando nos planos de trabalho para o ano de 2021”, finalizou o secretário.
O Programa prevê aumento de parcerias
Desde a institucionalização pelo MEC, o Programa EnergIF tem sido procurado por outras instituições para firmar parcerias sobre energias renováveis e eficiência energética. Segundo o Coordenador Nacional do Programa, Marco Antônio Juliatto, o EnergIF busca aprimorar os trabalhos desenvolvidos pelas instituições da Rede Federal a fim de direcionar recursos de forma estruturada e estratégica. “Desta forma, se permite ganhos de eficiência no uso de recursos públicos, com vista à excelência na gestão energética e na ampliação de cursos e de profissionais para a sociedade brasileira nos segmentos das energias renováveis e da eficiência energética”, esclareceu Juliatto. O evento, que teve o maior número de inscrições de sua edição, também conta com a participação de 75 professores da Rede Federal, que estão debatendo os planos de ações do Programa. “As ações para os eixos de infraestrutura, capacitação, pesquisa, desenvolvimento, inovação empreendedorismo, gestão de energia e parcerias, precisam do envolvimento e da colaboração dos profissionais da Rede Federal, gestores e professores, para que tenha efetividade e sucesso”, concluiu o coordenador.
A Rede Federal possui hoje 13 polos de pesquisa e inovação que realizam a aproximação com o mundo produtivo em diferentes áreas, sendo um deles no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), na área da energia. “O congresso traz essas possibilidades do nosso desenvolvimento, do empreendedorismo, da energia, do meio ambiente e da tecnologia, e também, olhando as possibilidades de formação”, afirmou o Presidente do Conselho das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Jadir José Pella, ao relatar que outros institutos já possuem estrutura de usina fotovoltaica, e que outros estão em processo de aquisição.
A mesa, também, foi composta pelo Diretor-presidente da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, Leonam dos Santos Guimarães, que ressaltou como fator relevante do Congresso, o aspecto das usinas nucleares retratarem 3 dos 4 eixos propostos no evento: energia, meio ambiente e tecnologia. O Presidente do VI CIEEMAT 2020 e I Workshop EnergIF, Ronney Boloy, explicou que o CIEEMAT é uma boa alternativa para divulgar e promover as experiências científicas alcançadas, e que é preciso superar os diversos desafios para manter os aumentos progressivos do percentual de participação das fontes renováveis em nossa matriz. “No Brasil, em 2019, a diversificação da matriz energética e elétrica alcançou 46% e 76% de participação das fontes renováveis, contribuindo significativamente na redução da emissão de gases do efeito estufa para o meio ambiente. Mantendo assim, os índices de aumento global da temperatura abaixo de 2ºC, é uma meta bem ambiciosa”, disse Boloy.
Portugal foi sede de 2 das 5 edições anteriores do CIEEMAT
A terceira e a quinta edição do Congresso foram realizadas de forma presencial nos Institutos Politécnicos de Bragança e Portalegre em Portugal. O histórico das 5 edições anteriores retratou o debate de temas por especialistas da área energética, por meio de uma articulação entre instituições e empresas dos países ibero-americanos. “Esta conferência é muito mais do que uma conferência técnica, é também uma oportunidade única de cooperação, em particular entre Portugal e Brasil”, analisou o Vice-presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Luís Pais.
Para o Diretor do Grupo Valoriza do Instituto Politécnico de Portalegre – Portugal, Paulo Brito, duas questões centrais são extremamente importantes no evento: o empreendedorismo e a discussão acerca da sustentabilidade do planeta para as futuras gerações. “Reforço uma palavra muito importante, que é a palavra empreendedorismo. Nós temos trabalhado muito nessas temáticas. Eu penso que estamos de fato em um ambiente importante, pois provavelmente teremos muitos estudantes assistindo esta conferência durantes estes dias, e claramente é muito importante que haja este espírito empreendedor nessas temáticas”, complementou Brito.
Assessoria de Comunicação Social com informações da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC.