Notícias
Estudo com participação da UFMG vai testar cães e gatos para a covid-19
Qual o risco de transmissão da covid-19 entre humanos e animais de companhia? A resposta para essa e outras perguntas pode emergir de uma pesquisa inédita, que fará testes gratuitos, por swab e sorológico, em cães e gatos de tutores positivos para Sars-CoV-2 em cinco capitais brasileiras.
Em Belo Horizonte, o estudo tem a colaboração do Laboratório de Epidemiologia de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Departamento de Parasitologia do ICB, sob a coordenação do professor David Soeiro. Nacionalmente, a pesquisa é liderada pela Universidade Federal do Paraná (Curitiba), sob coordenação do professor Alexander Welker Biondo. O trabalho também será realizado em Campo Grande (MS), Recife (PE) e São Paulo (SP).
Serão testados 1 mil animais. O número de bichos selecionados levará em consideração o número de pessoas contaminadas em cada localidade. A intenção é que essa amostra corresponda a cerca de 10% do número de tutores infectados.
Segundo o professor David Soeiro, considerando os recentes relatos sobre a detecção do novo coronavírus em animais e a grande proximidade entre pessoas e seus bichos de estimação, torna-se importante elucidar aspectos da história natural da doença, como o possível ciclo zooantroponótico em estudo multicêntrico para a vigilância de Sars-CoV-2 em pets, em consonância com os preceitos do Sistema Único de Saúde e da Saúde Única: a indissociabilidade entre saúde humana, animal e ambiental.
O grupo de pesquisa espera contribuir para a tomada de decisão pelo poder público em relação a medidas de prevenção e controle da covid-19 em animais de estimação, como quarentena e isolamento. As amostras obtidas no projeto serão preservadas de modo a também estabelecer um banco para estudos posteriores.
De caráter longitudinal e exploratório, o Estudo multicêntrico para a vigilância de Sars-CoV-2 em animais de companhia com interface com a Saúde Única (PetCovid-19 Study): coorte prospectiva de mamíferos domiciliados para avaliação de risco de transmissão zooantroponótica no Brasil reúne instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais e é financiado pelo CNPq e pelo Ministério da Saúde.
Condições para participar
O animal deve viver em um lar cujo tutor esteja em isolamento domiciliar e que tenha diagnóstico laboratorial confirmado para a infecção por meio da técnica PCR (RT-qPCR) ou resposta imunológica por IgM, o que caracteriza doença ativa, com data de diagnóstico de até sete dias. Duas amostras biológicas serão coletadas em um intervalo médio de sete dias entre uma e outra.
Para participar, o interessado que cumprir todos os requisitos deve enviar uma mensagem para covidufmg@gmail.com. Ele deve informar seu número de celular, e-mail, nome do tutor e do animal e especificar se é cão ou gato. A equipe do projeto entrará em contato o mais rapidamente possível.
Os voluntários, tutores ou familiares que preencherem essas condições serão orientados sobre como proceder para a coleta de amostras. Eles também serão informados sobre os aspectos envolvidos no estudo e, caso concordem com o protocolo da pesquisa, devem assinar o termo de consentimento livre e esclarecido e responder a um questionário para determinar as características ambientais e outros fatores associados à infecção nos animais.
Após a análise dos resultados dos testes, os tutores/familiares serão informados por telefone, e um laudo eletrônico será enviado a eles por e-mail ou aplicativo de comunicação. Se o resultado for positivo, os demais animais da residência também serão testados, e os familiares, orientados a estabelecer acompanhamento veterinário por 14 dias e a intensificar as medidas de higiene e proteção individual e coletiva.