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COVID-19
Engenharia militar contra a COVID-19
Dispositivos detectores de vírus e aplicação da indústria 4.0 em hospitais estão entre as novas pesquisas de engenharia do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) que desenvolvem tecnologia aplicada à saúde, com potencial de combate ao novo coronavírus. Em fase inicial, os projetos contam com bolsas emergenciais do Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Criar um material para compor aparelhos capazes de detectar diversos tipos de substâncias, inclusive os vírus, é o objetivo da tese de Isabela Horta. Segundo a pesquisadora, esse tipo de dispositivo já foi usado para detecção do vírus ebola, o que indica boas chances para uso no SARS-COV-2. Alguns resultados preliminares já foram obtidos e serão usados por outra pesquisa do grupo. “Esperamos contribuir na detecção eficiente dos antígenos SARS-COV-2 para facilitar o controle da população infectada. Outro benefício é que, pesquisadores da área da saúde podem obter dados de maior qualidade para pesquisa”, explica Isabela.
Em uma pandemia, um dos grandes desafios é realizar diagnósticos rápidos e precisos, mas os testes disponíveis no Brasil são insuficientes devido à complexidade dos exames e ao preço elevado, informa a doutoranda Bárbara Damasceno. Com o objetivo de fornecer testes mais rápidos, baratos e confiáveis, a cientista está desenvolvendo biossensores de baixo custo baseados em propagação de ondas acústicas de superfície. “A confecção e os testes também fazem parte do projeto. Estamos agregando infraestrutura e expertise já existentes no ITA”, esclarece a engenheira.
Usar métodos e técnicas do setor aeronáutico no desenvolvimento de tecnologia para hospitais é a proposta de Ivan Rhede, mestrando em mecatrônica. Duas tecnologias específicas estão no projeto: realidade aumentada (RA) e a robótica colaborativa (RC). Na RA, objetos reais, vistos a partir de uma tela, recebem uma camada virtual de elementos gráficos. O exemplo mais famoso de RA é o jogo Pokémon. Já a RC consiste em empregar robôs para interagir com seres humanos. Ivan pretende desenvolver modelos para aplicação em centros de saúde. “No caso da robótica colaborativa, possíveis aplicações incluem desinfecção e monitoramento de pacientes. A realidade aumentada pode gerar aplicações para aumento da consciência situacional de médicos e enfermeiros”, diz o mestrando.
Além dos estudos aplicados, também está em curso a criação de um modelo matemático para compreender a epidemiologia de doenças infecciosas. No trabalho com o SIR (que equaciona o número de pessoas Suscetíveis, Infectadas e Recuperadas) o doutorando Paulo Martins estudou a influência do isolamento populacional e da vacinação: “Sob o ponto de vista da modelagem de sistemas dinâmicos, análises de estabilidade ou de respostas dinâmicas são semelhantes às análises dinâmicas realizadas em pesquisas de engenharia aeronáutica ou mecânica”, aponta o pesquisador. Segundo ele, será necessário um diálogo com as áreas de medicina e geografia populacional para consolidar o modelo.
Programa de Combate a Epidemias
O Programa é um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de recursos humanos para enfrentar a COVID-19 e estudar temas relacionados a endemias e epidemias. Duas dimensões estruturam o Programa: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.
Confira no Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:
- CAPES - Epidemias - Edital nº 09/2020
- CAPES – Fármacos e Imunologia - Edital nº 11/2020
- CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos - Edital nº 12/2020
Assessoria de Comunicação Social da CAPES