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OBRAS RARAS
Editora da Câmara relança livros de João Camilo de Oliveira Torres
A editora da Câmara dos Deputados, a Edições Câmara, está relançando obras raras do escritor, historiador, jornalista e pensador político João Camilo de Oliveira Torres. A coleção, lançada há dois anos, compõe a linha Legado da Edições Câmara e inclui oito volumes: Interpretação da Realidade Brasileira; A Democracia Coroada; Os Construtores do Império; A Formação do Federalismo no Brasil; O Positivismo no Brasil; Estratificação Social no Brasil; O Presidencialismo no Brasil; e A Ideia Revolucionária no Brasil. Os livros estão disponíveis para compra ou download gratuito na página da Livraria da Câmara na internet.
O projeto foi idealizado pelo ex-deputado federal Evandro Gussi, que viu na reimpressão dos livros uma forma de homenagear o professor, morto em 1973, que dedicou a vida ao estudo dos problemas institucionais do Brasil. Na avaliação de Gussi, o resgate da obra do escritor significa retomar uma interpretação da história do Brasil. “João Camilo tem uma pegada muito forte numa boa interpretação da história do Brasil. Mostra que o Brasil não foi uma obra do acaso, mas, sim, um grande projeto de construção”, afirma.
Outro ponto sinalizado por Evandro Gussi para justificar a reimpressão das obras é o alto custo dos livros. ”As obras de João Camilo, em sua maioria, eram consideradas raras e, consequentemente, gerava efeitos. Nos sebos, a edição mais barata já chegou a custar R$ 650,00 – portanto, inacessível”, explica. “A Câmara contribui demais com a difusão de um pensamento que era extremamente brasileiro, que faz com que a gente possa compreender o Brasil e tornando isso acessível aos cidadãos.”
História – De acordo com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHBG), Oliveira Torres nasceu em Itabira (MG), em 31 de julho de 1916, e faleceu em Belo Horizonte, em janeiro de 1973, em seu gabinete na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), vítima de colapso cardíaco. Extremamente preocupado com os problemas da Previdência Social, teve que resolver, na véspera de sua morte, uma séria questão interna, que teria o desgastado emocionalmente. Monarquista, dedicou largo tempo à pesquisa da história imperial brasileira.
Diplomou-se em Filosofia pela Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), sucessora da UDF, extinta quando seu irmão Luís Camilo de Oliveira Neto era vice-reitor em exercício (1939). Começou a escrever para jornais em 1937. Cinco anos depois era professor de Filosofia Moral da Faculdade de Filosofia da UFMG e de História do Brasil da Faculdade Santa Maria, também de Belo Horizonte.
Pertenceu à Academia Mineira de Letras, ao IHG/MG, recebeu os Prêmios “Diogo de Vasconcelos” pelo livro “O homem e a montanha” (1944) e “Cidade de Belo Horizonte”, por “Democracia coroada” (1952), sua obra mais famosa, hoje clássica no que diz respeito ao Império brasileiro. Foi sócio correspondente do IHGB em 15 de dezembro de 1959.
Ainda segundo o IHGB, entre suas outras obras também se destacam “O sentido e a finalidade do ensino universitário”, BH, 1940 – “A libertação do Literalismo”, RJ, 1949 – “João Surrinha nas montanhas. História para crianças”, RJ, 1952 – “A Crise da Previdência Social no Brasil”, BH, 1954 – “O Governo Régio”, Petrópolis, 1958 – “Educação e liberdade”, Petrópolis, 1958 – e “Conselhos à Regente”, RJ, 1959.
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Assessoria de Comunicação Social