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HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS
Crianças vítimas de violência têm amparo gratuito em hospitais da Rede Ebserh
Até a sexta-feira, 18 de outubro, os hospitais da Rede Ebserh realizam a Semana Nacional de Prevenção à Violência na Primeira Infância. A data reflete sobre o problema em crianças de até 6 anos, nas quais os maus-tratos impactam mais a formação do indivíduo.
Os hospitais oferecem serviços e promovem discussões para mudar essa realidade e amparar quem já sofreu. Em Fortaleza (CE), na Maternidade Escola Assis Chateubriand (Meac) o programa “Superando Barreiras” oferece assistência integral a crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência sexual. O serviço envolve psicóloga, assistente social, ginecologista, terapeuta ocupacional, psiquiatra, entre outros, e recebe cerca de cinco novos casos por semana.
“Já aconteceu de recebermos crianças que, ao atendermos, descobrimos que já estavam contaminadas com HIV pelos agressores. Alguns casos são pontuais e outros são crônicos, constantes. São grandes as chances de ter agressividade, depressão, dificuldade de confiança e de aprendizado”, explicou a ginecologista Débora Brito, coordenadora do projeto.
A especialista ainda ressalta que o trabalho deve ser feito em conjunto com a família, que muitas vezes também é afetada pela violência, pois o agressor muitas vezes faz parte do convívio social da criança. “Este caso gera repercussão em vários laços. Por isso, buscamos cuidar e orientar toda a família”, disse.
Trabalho semelhante e multiprofissional é feito no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), onde o grande diferencial é o atendimento multiprofissional e o direcionamento para outros órgãos responsáveis. Uma equipe composta por médicos, assistente social, psicólogo e estudantes do curso de direito da universidade do ambulatório Nuavidas acompanha crianças vítimas de violência sexual.
O HC conta com um pronto socorro de pediatria 24h, com Instituto Médico Legal (IML) no próprio hospital, preparado para atuar em casos identificados, além de um serviço social articulado com a Rede de Proteção, Vara da Infância, Conselhos Tutelares e abrigos. “Quando existe suspeita de uma violência há menos de 10 dias, o próprio pronto socorro já coleta vestígios de esperma e DNA e encaminha para o IML, além de orientar sobre os próximos passos”, destaca a ginecologista obstetra Helena Silva.
Outra profissional que cuida dos atendimentos, a psicóloga e professora do instituto de psicologia da UFU Anamaria Neves, ressalta o quão complexo é o tratamento e o quão prejudicial esta violência pode ser, especialmente nesta fase da vida. “Quanto mais cedo a criança é violada, mais graves são as consequências, principalmente se for dentro da família, pois o violentador pode ser na cabeça dela uma figura de proteção”, analisa, ainda destacando o quão importante são as campanhas de alerta para que as crianças e até mesmo as pessoas próximas possam identificar possíveis problemas.
Além dos casos citados, em Campina Grande (PB), o Hospital Universitário Alcides Carneiro tem um trabalho voltado para o tema. Ao perceber que alguma criança atendida pela unidade passou por estes problemas, a equipe oferece atendimento psicológico e acompanhamento frequente.
“Bom mesmo é quando conseguimos dar alta. Percebemos eles se recuperando na maneira que comunicam, melhorando na escola. É um processo longo, mas é muito bom ver eles voltando aos poucos. É gratificante”, disse Débora Brito.
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Ebserh