Notícias
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Unila projeta IA para criação de material escolar quilombola
Foto: Divulgação/Itaipu Parquetec
A estudante Katherine Salazar, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), está à frente do desenvolvimento de uma inteligência artificial (IA) inovadora com foco na educação em comunidades quilombolas. É a Dandara IA, uma ferramenta projetada para auxiliar professores na criação de conteúdo educacional personalizado e alinhado às especificidades culturais dessas comunidades.
A Dandara IA surgiu durante a sexta edição do hackathon do Latinoware, maior congresso de tecnologias livres da América Latina. Diferentemente de outras inteligências artificiais generativas disponíveis, como o ChatGPT, a Dandara IA busca fortalecer a identidade quilombola, oferecendo recursos que valorizam suas tradições e histórias. O nome, uma homenagem a Dandara dos Palmares, figura histórica de destaque na luta contra a escravidão, simboliza a força e a resistência da cultura negra no Brasil.
“A Dandara dos Palmares foi uma mulher guerreira e é um dos principais nomes da luta negra no Brasil. Queríamos que essa identidade fosse a essência do nosso projeto, para que as comunidades pudessem sentir orgulho dessa inteligência artificial que leva o nome de uma heroína”, explica Salazar.
De acordo com a estudante de Engenharia de Energia, a IA foi concebida para gerar conteúdo educativo adaptado às particularidades culturais quilombolas, elaborar narrativas baseadas em lendas e tradições, criar planos de aula e atividades focadas em direitos humanos, história afro-brasileira e questões ambientais, além de desenvolver simulações interativas para o ensino de conceitos complexos. A ferramenta também busca auxiliar docentes na abordagem de temas relevantes para as comunidades sem comprometer suas tradições.
O projeto prevê a continuidade de estudos de campo nas comunidades quilombolas, o aprimoramento do treinamento da IA com dados coletados, a validação da ferramenta com professores e lideranças locais, bem como a documentação e a publicação dos resultados da pesquisa.
A equipe, também composta por Lucca Badú e Igor Nicácio e mentorada por Sergio Accioly e Corinto Meffe, almeja expandir o projeto para outras comunidades, transformando a Dandara IA em uma iniciativa de longo prazo que leva educação, tecnologia e representatividade para comunidades quilombolas no Brasil.
Este conteúdo é uma produção da Unila, com apoio da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC)