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EQUIDADE
Data celebra presença de mulheres e meninas na ciência
Nesta terça-feira, 11 de fevereiro, é celebrada a importância da participação feminina na pesquisa e na educação. A data foi instituída em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
A celebração é marcada por diversas iniciativas em realização, como o Programa Mulheres Mil, relançado em 2023 pelo governo federal. Desde então, ele já ofertou 79.572 vagas e soma investimentos de R$ 127,3 milhões.
O programa do Ministério da Educação (MEC) reafirma o direito ao acesso à educação profissional e tecnológica (EPT) para as mulheres em situação de vulnerabilidade social. Para combater injustiças históricas, a iniciativa visa a promoção do direito fundamental à escolaridade, ao conhecimento, à tecnologia e à inovação. Além dele, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica desenvolve uma série de iniciativas voltadas às mulheres na ciência.
Foi na EPT, por exemplo, que Vitória Sobrinha encontrou a realização profissional. Egressa do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), onde fez o curso técnico integrado ao ensino médio em Informática, ela concluiu o bacharelado em Ciências da Computação na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Atualmente, integra a equipe da Google, uma das maiores empresas de serviços online e software do mundo. “Era um sonho meu que acabei realizando”, comenta.
Uma das principais iniciativas em reconhecimento à presença feminina no campo da ciência, o Prêmio Carolina Bori "Ciência & Mulher", promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), também reforça a força da inclusão promovida pela EPT. Uma das ganhadora da sexta edição foi Isadora Abreu Leite, de 17 anos, premiada na categoria Humanidades com o projeto "Sementes da Maré: saberes e fazeres de marisqueiras da costa de manguezais de macromaré da Amazônia". Estudante do último ano do curso técnico integrado em Aquicultura do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), ela admitiu que foi pega de surpresa com a honraria.
"Foi umas das melhores notícias da minha vida. Esse prêmio representa muito pra mim, de que meus esforços estão dando certo, que todo trabalho de pesquisa, não só meu, mas como de todos meus colegas e orientadora do laboratório, está dando certo. Estou começando na pesquisa e não esperava ganhar, mas fiquei muito feliz, porque é uma vitória de todas as pessoas que trabalharam comigo, é uma vitória da minha família e também das pessoas por quem eu luto, as marisqueiras", relata ela.
Educação superior – A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao MEC, indica que as mulheres bolsistas são maioria em cursos de mestrado e doutorado no Brasil: 50.629, o equivalente a 57,4% do total. Elas também somam 234 mil matrículas em cursos de mestrado e doutorado (54,6%).
A Capes tem se empenhado no combate à desigualdade e no incentivo ao interesse das jovens mulheres na ciência. Um exemplo é o Prêmio Capes Futuras Cientistas, que reconhece o trabalho de estudantes do ensino médio nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Já o Programa Abdias Nascimento, retomado em 2023, é voltado para a promoção de ações afirmativas, destinando 50% das bolsas de missões no exterior a mulheres autodeclaradas pretas, pardas, indígenas, pessoas com deficiência ou altas habilidades.
No âmbito da Capes, também foi recriado o Comitê Permanente de Ações Estratégicas e Políticas para Equidade de Gênero, que vai sugerir ações e iniciativas para aumentar a representatividade feminina em posições de decisão e de comando na pós-graduação.
A oceanógrafa Isana Barreto, de 35 anos, conta que realizou um sonho de criança: “fazer experiências e ler sobre temas relacionados às ciências”. Doutora pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Barreto se destaca em um dos maiores desafios ambientais do Brasil: os derramamentos de óleo. “Ser mulher na ciência é um desafio constante, mas também uma grande motivação. Quero inspirar outras meninas a seguirem carreiras científicas e mostrar que a ciência pode transformar realidades”, afirma.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Capes e do IFPB