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EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS
Webinário apresenta campeonato artístico-literário para alunos surdos
O Ministério da Educação (MEC) — por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) — participou na quarta-feira, 16 de outubro, de videoconferência sobre o 3º Campeonato Artístico-Literário para alunos surdos do CasaLibras, projeto da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O campeonato é voltado para estudantes surdos e professores da educação básica do Brasil inteiro. O foco da competição é a criação de materiais para crianças surdas e para a formação de docentes bilíngues.
A videoconferência foi transmitida pelo canal do MEC no YouTube e pelo canal do Projeto CasaLibras da UFSCar. Além de divulgar o apoio do MEC no projeto, o evento buscou destacar o papel dos professores na promoção da cultura surda nas escolas por meio do campeonato.
A Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dipebs) da Secadi está divulgando as ações e intermediações junto às escolas de educação bilíngue de todo o Brasil. Além disso, está ajudando com o repasse de recursos para a expansão do projeto, a fim de aumentar o número de participantes nas cinco categorias da educação básica: educação infantil, ensino fundamental (anos iniciais e finais), ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA).
Na videoconferência, a diretora de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos do MEC, Patrícia Luiza Rezende, afirmou que era uma satisfação participar da implementação do projeto da CasaLibras e que o MEC está divulgando nacionalmente o campeonato. Segundo a diretora, uma das fundadoras da arte-educação no Brasil, Ana Mae Barbosa, foi aluna de Paulo Freire, patrono da educação brasileira. Ele a convenceu a seguir carreira na educação, apesar de essa não ter sido a vontade de Barbosa inicialmente. “Através dela foram criados vários programas e projetos. A CasaLibras também se inspirou nela e está fazendo ações voltadas ao mundo da arte”, disse a diretora.
Segundo Rezende, Barbosa foi responsável por elaborar a Abordagem Triangular (conhecer a história, fazer arte e saber apreciar uma obra), que trazia elementos da teoria freiriana para pensar o ensino de arte. Além disso, a arte-educadora foi uma das pioneiras e é amplamente referenciada em escolas, museus e faculdades de pedagogia no país, na América Latina e no mundo.
“A linguagem visual nos domina no mundo lá fora e não há nenhuma preocupação dentro da escola em preparar o aluno para ler essas imagens. O público quer conhecer, falta educação para a arte.” Diante dessa citação de Barbosa, a diretora afirmou: “O que me faz refletir é que os alunos surdos precisam desse fomento, dessa promoção para que, a partir disso, eles possam adquirir conhecimentos da literatura e da arte, entre outras questões, pois o sujeito surdo não tem esse impeditivo através da surdez. Por isso, é de suma importância enfatizar esse tema da arte principalmente voltada à cultura surda”.
Já a coordenadora-geral bilíngue de Educação Básica e Educação Superior da Dipebs, Marisa Lima, informou que a Secadi tem um papel fundamental no suporte a esse projeto e que o trabalho da Diretora de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos é voltado para estudante surdos, surdos cegos, surdos com altas habilidades e superdotação, deficientes auditivos sinalizantes e surdos com outras deficiências associadas sinalizantes.
“Vamos juntos nesse compromisso em prol da educação e da promoção da arte e da cultura. A Dipebs tem como princípios a garantia da promoção e da instrução da língua brasileira de sinais como comunicação, interação e ensino para implementações, além da formação de professores em escolas bilíngues, valorização da língua e da identidade e cultura surda. Esses são os pontos principais e o campeonato possibilita esse desenvolvimento, através de atividades artísticas literárias que promovem a aquisição linguística. O campeonato amplia esses horizontes”, explicou.
Competição – O CasaLibras surgiu durante a pandemia de covid-19, com o objetivo de levar a crianças e estudantes surdos conhecimentos sobre o isolamento social acarretado pela pandemia. Desde então, o projeto tem crescido e, atualmente, promove ações de boas práticas para a educação bilíngue de surdos, mais especificamente para os estudantes surdos.
O foco da competição é serem criados materiais voltados para crianças surdas e para a formação de docentes bilíngues. Na atual edição, os alunos trabalharão em criações artísticas coletivas de uma releitura do quadro “Campo de Girassóis”, de Van Gogh, que contenha elementos culturais surdos. Terão que fazer, ainda, um vídeo com descrição-síntese sobre Van Gogh e Cacau Mourão, poeta surdo e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que realizou uma releitura em língua brasileira de sinais (Libras) do quadro.
Inscrições – As inscrições para participar do campeonato estão abertas até 1º de novembro e devem ser feitas por um formulário on-line, disponível na página do evento. Veja os links dos editais:
As dúvidas sobre o projeto podem ser enviadas para o e-mail cgbs@mec.gov.br.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secadi