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EDUCAÇÃO SUPERIOR
UFFS pesquisa produção de etanol e vence prêmio paranaense
Foto: Reprodução
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC), venceu a edição 2024 do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), do governo do Paraná. A universidade foi agraciada com o prêmio por estar desenvolvendo uma pesquisa cujo objetivo é viabilizar a produção de etanol a partir das sementes de seringueira. Elas são tradicionalmente descartadas como resíduo no processo industrial de extração de látex. A entrega da premiação aconteceu na última segunda-feira, 7 de outubro, em Maringá (PR).
A ideia para a pesquisa, que é feita em parceria com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), partiu de uma demanda apresentada por uma empresa de desenvolvimento de florestas produtivas. O objetivo era conseguir desenvolver uma solução ambientalmente adequada aos resíduos gerados pelas florestas de seringueiras. As sementes dessas árvores são consideradas um resíduo florestal e causam problemas de acidificação do solo. “A nossa solução envolve utilizar a semente de seringueira para a produção de etanol, que hoje é considerado uma energia limpa. Com isso, conseguimos uma destinação para a semente e agregamos valor a ela, que, até então, não possui nenhum destino comercial”, explicou Letiere Soares, professor da UFFS.
Segundo os pesquisadores envolvidos no projeto, entre os maiores produtores de seringueiras no país, está o estado de São Paulo, com uma área de 200 mil hectares. Anualmente, cada hectare acumula cerca de mil quilos de sementes. “Com base na nossa tecnologia, a partir de 3,91 quilos de semente, conseguimos produzir 1 litro de etanol. Sendo assim, estimamos uma produção de cerca de 51 mil metros cúbicos de etanol por ano. A partir do valor praticado em 2024, acreditamos que o etanol de seringueira pode movimentar mais de R$ 210 milhões por ano”, projetou Soares.
O projeto vencedor ganhou aporte financeiro de R$ 200 mil, que serão destinados a aumentar a escala de produção do etanol. Isso será feito em parceria com uma empresa do ramo de combustíveis no município de Guarapuava (PR). Parte dos recursos também será aplicada no custeio de bolsas de pesquisa e na aquisição de equipamentos e insumos para os projetos.
Histórico – As pesquisas para o aproveitamento das sementes das seringueiras se iniciaram em 2019, a partir de acordo de cooperação. As sementes têm sido alvo de outros 13 projetos de pesquisa e envolvem a produção de biocombustíveis, como também aplicações ambientais, cosméticas e alimentícias. Os resultados já renderam três depósitos de patentes nacionais e um depósito internacional. O grupo de pesquisa ainda recebeu outras duas premiações, uma da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor) e outra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Para saber mais sobre os projetos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa, acesse os dois perfis disponibilizados na rede social Instagram: @gpers.uffs e @gpbiosaude.uffs. O projeto de produção de etanol foi desenvolvido pelos professores da UFFS Letiere Soares, Dalila Benvegnú e Fernanda Lima; pelo professor da Unicentro André Gallina; pelo estudante de pós-graduação em Bioenergia da Unicentro Giovano Tochetto; e pelos estudantes da UFFS Gabriel Rohling (Química) e Katharine Braz (Ciências Biológicas).
Este conteúdo é uma produção da UFFS, com apoio da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC)