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Brasil e China firmam acordos na educação
Nesta terça-feira, 26 de novembro, foram assinados dois memorandos de entendimento entre os ministros de Educação do Brasil, Camilo Santana, e da China, Huai Jinpeng. Os documentos incentivam a cooperação entre instituições de ensino superior (IES) dos dois países, especificamente na área do ensino de português como língua estrangeira, e incluem um acordo sobre certificados e diplomas de educação superior. A visita do ministro chinês é a primeira ministerial depois da visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil.
Santana levou à comitiva chinesa números sobre os principais desafios da educação brasileira, reiterando a importância da cooperação internacional para saná-los. “Queremos que os nossos estudantes da Rede de Educação Profissional e Tecnológica sejam capacitados para esse mercado crescente no mundo inteiro, que é o mercado de carros elétricos”, revelou o ministro da Educação do Brasil. Ele adiantou dados sobre uma cooperação direta entre instituições brasileiras e chinesas, que inclui a empresa BYD, maior fabricante de veículos eletrificados do mundo.
“A cooperação educacional entre o Brasil e a China dá base para a expansão da cooperação econômica e comercial entre os países”, afirmou o ministro de Educação da China, Huai Jinpeng. De acordo com ele, tanto o Brasil quanto a China têm metas para tornar o planeta mais sustentável e justo, o que facilita a interação entre os países.
Atualmente, o Brasil e a China têm 155 acordos de educação superior em andamento, envolvendo 39 universidades de ambos os países. O mais recente foi celebrado na segunda-feira (25) com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para a criação do Instituto China-Brasil de Engenheiros de Destaque. Seu objetivo é promover ensino e pesquisa de excelência em engenharia.
Na ocasião, também foi inaugurado o Instituto Brasil-China de Inovação, Ciência e Tecnologia, que funcionará com a participação da UFRJ, Petrobras, China National Offshore Oil Corporation (Cnooc) e Universidade do Petróleo da China, seguindo a lógica “2+2” (duas universidades e duas empresas).
Ensino de português – O primeiro memorando de entendimento, assinado nesta terça-feira (26), promove a cooperação por meio de acordos interinstitucionais, incentivando intercâmbios para estudantes e docentes chineses em instituições brasileiras. A intenção é fortalecer o ensino de português na China. Exemplo disso é a abertura de um novo polo aplicador do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) nesta semana, na Universidade Tecnológica de Macau, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Atualmente, há mais de 5 mil estudantes de língua portuguesa na China, distribuídos em cerca de 40 universidades.
Acesso ao ensino superior – O segundo memorando de entendimento, sobre certificados e diplomas de educação superior, visa facilitar a compreensão e acelerar os processos de acesso ao ensino superior para estudantes dos dois países.
Outras cooperações – Os acordos também abrangem diversas áreas educacionais específicas. Na educação básica, está previsto o intercâmbio de professores brasileiros vencedores de olimpíadas de matemática no Teacher Education Center da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Xangai, com apoio da empresa Huawei para promoção de iniciativas no sentido de diminuir a exclusão digital no Brasil.
No âmbito da educação profissional e tecnológica, foram apresentados números sobre a ampliação das matrículas do ensino médio profissionalizante no Brasil, com cooperação direta entre instituições brasileiras e chinesas, incluindo a empresa BYD. Como reconhecimento da prioridade brasileira dada à educação técnica e profissionalizante, o país foi convidado para participar da Conferência Mundial de Educação Digital, que ocorrerá em 2025 na China.
Mecanismo de consultas
Um dos destaques da delegação foi a proposta chinesa de criar uma instância de consulta e diálogo ministerial, com periodicidade fixa, para acompanhar a implementação dessa e de outras cooperações entre os dois países. Nas palavras do ministro chinês, “é um perfeito passo para colocar em prática os consensos da visita do presidente Xi Jinping e construir uma comunidade de futuro compartilhado”.
O ministro Camilo Santana assentiu com a criação do mecanismo e apontou que o relacionamento global com a China ainda se encontra abaixo de seu potencial, considerando a população, a economia e a produção científica dos dois países: “Queremos que a densidade da cooperação educacional com a China se alinhe à força que já alcançamos em outras áreas, a exemplo das commodities e do comércio exterior”.
Uma das primeiras propostas para discussão do mecanismo de consultas é a realização de um Fórum de Reitores Brasil-China, a fim de ampliar parcerias diretas entre universidades dos dois países.
Os memorandos de entendimento assinados entram em vigor imediatamente, com validade de cinco anos, sendo automaticamente renovados por iguais períodos.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Assessoria Internacional (AI)