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EDUCAÇÃO SUPERIOR
Prêmio Capes de Tese: indígena ganha premiação máxima
Cerimônia do Prêmio Capes de Tese 2024. Foto: Júlia Prado/Capes
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), divulgou os vencedores do Prêmio Capes de Tese 2024, que reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil. Pela primeira vez na história, a Capes escolheu como vencedor da premiação máxima um indígena, o pesquisador Rafael Xucuru-Kariri. Nessa edição, 1.632 teses foram inscritas, um recorde histórico de participantes, e mais duas pessoas também venceram o maior prêmio.
O prêmio teve 49 vencedores. Deles, três são selecionados para receber o Grande Prêmio, um para cada colégio: humanidades; ciências da vida; e ciências exatas, tecnológicas e multidisciplinar. Os escolhidos ganham uma bolsa para estágio pós-doutoral em uma instituição internacional, um certificado e um troféu. Cada orientador recebe R$ 9 mil para participar de um congresso internacional e um certificado de premiação, que também será entregue aos coorientadores e ao programa no qual a tese foi defendida.
Vencedores – Xucuru-Kariri é doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e venceu o prêmio Lélia Gonzales, referente ao colégio de humanidades. Ele é o autor da tese “Retomar o Brasil: um estudo das cartas escritas pelos povos indígenas nos últimos 50 anos”, que analisou uma amostra da documentação indígena no período de 1972 a 2022. Foram mapeados quem escreve, quem são os destinatários, os assuntos e o contexto de escrita das correspondências públicas indígenas (saiba mais aqui). “Essa premiação é o reconhecimento público para um projeto e reforça a certeza e amplia nossas elaborações para pessoas que podem discutir e pensar o Brasil a partir da reflexão indígena”, destaca.
A vencedora do Grande Prêmio Ennio Candotti, de ciências da vida, foi Ana Paula Zapelini de Melo. Doutora em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela é a autora da tese “Derramamento de petróleo no litoral brasileiro: desenvolvimento de métodos analíticos para controle de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e monitoramento de pescado baseado em risco” (saiba mais aqui). “Esse prêmio é a honraria da relevância do trabalho para a sociedade e para o avanço científico no país e demonstra que meu projeto trouxe contribuições concretas e soluções inovadoras para problemas reais”, ressalta.
Do colégio de exatas, tecnológicas e multidisciplinar, a vencedora foi Gabriela Dias Noske, doutora em Física pela Universidade de São Paulo (USP). A pesquisadora levou o Grande Prêmio Elisa Esther Maia Frota Pessôa pelo trabalho “Caracterização estrutural e busca por inibidores das proteases dos vírus emergentes: Vírus da Febre Amarela e SARS-CoV-2” (saiba mais aqui). “É muito gratificante ver esse trabalho sendo valorizado, especialmente por sua capacidade de auxiliar e contribuir com minha pesquisa em um momento de relevância crucial para a saúde mundial”, comemora.
A seleção dos trabalhos ganhadores leva em conta alguns quesitos, como originalidade; relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e inovação; e qualidade e quantidade de publicações decorrentes da tese. Criado há 18 anos, o Prêmio Capes de Tese é uma homenagem aos pesquisadores que, por meio de seus trabalhos de doutorado, têm se destacado em suas áreas, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Capes