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EDUCAÇÃO BÁSICA
MEC trabalhou para mais educação básica em 2024
Foto: Divulgação/MEC
Durante todo o ano de 2024, o Ministério da Educação (MEC) trabalhou para promover o acesso, a permanência, a qualidade e a equidade ao longo de toda a educação básica, que abarca a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Foram realizados programas específicos para cada uma dessas etapas, mas também ações transversais, pautadas em regime de colaboração interfederativa. Assim, por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), a pasta buscou assegurar a valorização e o fortalecimento dos profissionais da educação, a promoção do desenvolvimento integral, a superação das desigualdades, a inclusão e a justiça social.
As iniciativas tiveram como foco ampliar a oferta de educação infantil, das matrículas de tempo integral; garantir a alfabetização e o aprendizado na idade certa, principalmente para as crianças afetadas pela pandemia de covid-19; promover o aumento da qualidade do ensino médio; assegurar o transporte escolar e a alimentação para os alunos; aumentar a conectividade nas escolas; e incentivar os alunos a permanecerem estudando.
Pé-de-Meia funciona como uma poupança que, se forem cumpridos todos os critérios, pode beneficiar os alunos participantes com R$ 9.200 ao final do 3º ano do ensino médio. Lançado no início do ano, o programa foi ampliado em agosto de 2024, passando de 2,8 milhões para 3,9 milhões de estudantes participantes. O investimento anual previsto para o Pé-de-Meia é de R$ 12,5 bilhões – valor estimado para um ano completo do programa considerando que todos os beneficiários cumpram todos os requisitos necessários para receber todos os benefícios.
Pé-de-Meia – O programa oferece incentivo financeiro-educacional a estudantes de baixa renda matriculados no ensino médio público, visando promover a permanência e a conclusão escolar dos alunos nessa etapa de ensino. ODe acordo com dados do Censo da Educação Básica, em 2022, a taxa de repetência entre os estudantes brasileiros foi de 3,9, enquanto a taxa de evasão foi de 5,9. Esses dados reforçam a importância do incentivo para a permanência escolar, especialmente entre os estudantes mais vulneráveis, pois o suporte financeiro oferecido contribui para aliviar a pressão econômica sobre essas famílias, permitindo que os jovens se dediquem aos estudos.
A estudante Karyne Vitória, que recebe o Pé-de-Meia, já tem planos para o futuro com o incentivo: “Eu vou usar o dinheiro do programa para poder pagar minha faculdade e, eventualmente, me tornar policial. Então, esse dinheiro que a gente vai ganhar eu vou deixar guardado para eu poder concluir a minha graduação no futuro”.
Manutenção da educação infantil – Com o Programa de Apoio à Manutenção da Educação Infantil, o MEC oferece assistência técnica e financeira para os municípios ampliarem a oferta de vagas em creches e pré-escolas. Também foram atualizados os Parâmetros de Qualidade da Educação Infantil após consulta pública.
CNCA – O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) busca assegurar o direito à alfabetização das crianças brasileiras até o final do 2º ano do ensino fundamental, bem como recuperar os alunos do 3º, 4º e 5º ano que tiveram a aprendizagem dificultada por conta da pandemia de covid-19. Atualmente, 99% dos municípios brasileiros aderiram ao CNCA, que conta com mais de 7 mil articuladores bolsistas espalhados pelo Brasil e financiamento de R$ 1,2 bilhão em 2023 e 2024. Até 2026, a previsão de investimento é de R$ 3 bilhões.
No âmbito do CNCA, também foi criado o Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, que reconhece simbolicamente as secretarias de educação estaduais, municipais e distrital com boas práticas de alfabetização, celebrando os avanços alcançados ao longo do ano. São avaliados os critérios de implementação de políticas eficazes de alfabetização de crianças; a redução das desigualdades educacionais; a colaboração entre redes estaduais e municipais; e a inovação pedagógica.
Programa Escola em Tempo Integral (ETI) visa impulsionar a criação de matrículas em tempo integral (igual ou superior a 7h diárias ou 35h semanais) em todas as etapas e modalidades da educação básica. O programa prioriza escolas que atendam estudantes em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica e fornece mais oportunidades culturais, acadêmicas, esportivas e sociais do que eles teriam em escolas com jornada reduzida.
ETI – ODesde a criação do programa, em julho de 2023, 64% dos estados e municípios passaram a ter política para oferta local de tempo integral, quando esse número era de apenas 18% anteriormente. No primeiro ciclo do programa, foram declaradas 965 mil matrículas e, no segundo, a pactuação de novas matrículas prevê mais 943 mil. No primeiro ciclo, já foram transferidos mais de R$ 4 bilhões aos entes subnacionais, e estão previstos mais R$ 4 bilhões para apoiar as matrículas pactuadas no segundo ciclo.
Para a aluna da Escola Estadual Waldemar Falcão, Isis Julia Soares, a escola em tempo integral é uma oportunidade para o estudante. “A escola de tempo integral ajuda os adolescentes que não têm tanta oportunidade no mundo da educação. A gente acaba tendo mais estudo, conhecimento e mais tempo com os professores para dialogar sobre os conteúdos e nossas dúvidas.”
Escolas Conectadas – A Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec) tem como objetivo garantir às escolas a conectividade apropriada para fins pedagógicos e dar apoio para a aquisição e melhoria dos dispositivos e equipamentos presentes nas escolas públicas de educação básica do país. É um esforço do governo federal, em colaboração com os sistemas de ensino estaduais e municipais. Em 2023, apenas 35% das escolas detinham nível 5 (velocidade e Wi-Fi adequados), sendo que a meta para 2026 é que 78% delas estejam com conectividade pedagógica e de qualidade.
Em 2024, o programa atuou com políticas diversas, como a operacionalização inédita dos editais do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). O MEC coordena, executa e monitora ações nas frentes de: acesso à energia elétrica; acesso à banda larga; conexão à internet em velocidade e qualidade adequadas para uso pedagógico; distribuição do sinal da internet (Wi-Fi); disponibilidade de dispositivos para acesso à internet com uso pedagógico.
O MEC também lançou o Mais Ciência na Escola, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa vai implantar mil novos laboratórios de ciência e inovação nas escolas. Além disso, haverá novos cursos de educação digital no Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ministério da Educação (Avamec), um novo Referencial de Saberes Digitais Docentes e uma assessoria técnica de educação digital para todos os estados, que capacitará 100 mil professores. A Enec também beneficiará 100 mil escolas, por meio da Política de Inovação Educação Conectada (Piec). Até 2026, estão previstos investimentos de R$ 8,8 bilhões, que beneficiarão 30 milhões de estudantes.
Ensino médio – A fim de diminuir a evasão escolar e tornar a educação mais relevante e atrativa para todos os estudantes, o governo federal instituiu a Lei nº 14.945/2024. Ela reestrutura a etapa de ensino médio para que haja mais qualidade e a ampliação das oportunidades de aprendizado. A Política Nacional de Ensino Médio foi construída com base em ampla consulta pública, realizada em 2023, que avaliou as percepções de estudantes, professores e gestores sobre a última etapa da educação básica. Atualmente, o Brasil apresenta 6,7 milhões de estudantes matriculados em escolas públicas de ensino médio e 986 mil em instituições privadas.
O MEC, por meio do Conselho Nacional de Educação (CNE), publicou a Resolução CNE/CEB nº 2, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEMs), atualizada à luz da Lei nº 14.945/2024. Além disso, entregou ao CNE o documento com subsídios para os Parâmetros Nacionais para a Oferta dos Itinerário Formativos, que foi construído pelo Grupo de Trabalho Interfederativo (GTI). O ministério promoveu, ainda, a formação das equipes técnicas das 27 secretarias de educação para a elaboração dos planos de ação, com o objetivo de apoiar a elaboração dos planos de ação, conforme prevê a Lei nº 14.945/2024.
Transporte escolar – O MEC trabalha em conjunto com estados e municípios para possibilitar que crianças e adolescentes da educação básica cheguem até a escola por meio do Caminho da Escola e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), com atenção especial a regiões rurais e de acesso remoto.
Caminho da Escola – Em 2024, o MEC deu continuidade ao Programa Caminho da Escola, que tem por objetivo garantir, prioritariamente, o acesso diário e a permanência de estudantes residentes em áreas rurais e ribeirinhas nas escolas públicas de educação básica. Neste ano, por meio do Novo Plano de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), a pasta investiu R$ 712 milhões (valor empenhado) para a aquisição de 1,5 mil novos ônibus, que vão beneficiar 337 mil estudantes. A previsão é que, até 2026, sejam adquiridos 3 mil novos veículos, com investimento previsto de R$ 1,5 bilhão.
Pnate – Já Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar oferta transporte a estudantes de áreas rurais, mediante assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Os recursos são utilizados para garantir o funcionamento dos veículos, com gastos que vão desde a manutenção até a compra de gasolina e o pagamento de motoristas. A Região Norte é uma das principais beneficiadas com a medida, já que existem locais onde o transporte aquaviário é a única opção viável. Em 2024, foram investidos R$ 798,9 milhões no programa.
Obras – O Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica destina recursos para obras paralisadas ou inacabadas em escolas de educação infantil, do ensino fundamental, do ensino médio e profissionalizante, incluindo reformas, ampliação de estruturas, construção e cobertura de quadras poliesportivas. Além disso, em parceria com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), o MEC estima entregar obras de melhoria das infraestruturas de escolas indígenas e quilombolas até 2025. Foram mapeadas 3.784 obras a serem retomadas, das quais espera-se gerar 1,1 milhão de novas vagas nas redes de ensino. Até 2026, a previsão de investimento é de R$ 4 bilhões.
Escolas das Adolescências – O Programa Escola das Adolescências tem como foco fortalecer os anos finais do ensino fundamental, que compreendem os alunos do 6º ao 9º ano. O MEC realizou uma escuta ativa, que mobilizou 20 mil escolas e ouviu mais de 2,2 milhões de estudantes dessa etapa de ensino, para construir uma proposta que conecte a educação com as diversas formas de viver a adolescência no Brasil. A política inclui produção e divulgação de guias temáticos sobre os anos finais do ensino fundamental, assim como incentiva financeiramente escolas priorizadas segundo critérios socioeconômicos e étnico-raciais. No primeiro ciclo de adesão ao PDDE Escola das Adolescências, relativo ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), 3.815 redes de ensino e 17.382 escolas pactuaram a participação no programa. Ao todo, em 2024, o MEC investiu R$ 93 milhões no Programa Escola das Adolescências, atendendo a 15 mil escolas.
Alimentação escolar – O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) é a mais antiga política pública de segurança alimentar e nutricional do Brasil. O Pnae busca contribuir para o crescimento, o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio da oferta de alimentação de qualidade. No início desta gestão, após seis anos sem reajuste, o programa recebeu um aumento de 39% no orçamento. Do total investido anualmente, quase 30% dos recursos são destinados aos gêneros alimentícios adquiridos da agricultura familiar. Com investimento anual de R$ 5,3 bilhões, são servidas 10 bilhões de refeições, beneficiando 40 milhões de estudantes.
PNLD – O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) visa avaliar e disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, de forma sistemática, regular e gratuita. Essa é a mais antiga política educacional do Brasil, criada em 1937, a qual publica editais para as escolas públicas adquirirem os materiais. Em 2024, o MEC alocou R$ 2,1 bilhões para a compra de 194,6 milhões de livros, que beneficiaram 31,1 milhões de alunos. Ainda este ano, foram lançados os editais para a educação de jovens e adultos (EJA); o ensino médio, que já contempla as alterações curriculares previstas na Lei nº 14.945/2024; a educação infantil; e o PNLD Literário Equidade. Houve também a alteração do decreto que rege o PNLD, ampliando a distribuição dos livros literários para as bibliotecas públicas e comunitárias.
Além disso, em 2024, o PNLD aquiriu 16 milhões de exemplares para atender à educação infantil. Foram 596 títulos diferentes, de 358 editoras.
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PNLE – A Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) visa ao fortalecimento de ações integradas entre o MEC e o Ministério da Cultura para fomento da leitura, como é o caso do PNLD. A política também prevê a construção de um novo Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), que define um conjunto amplo de ações voltadas à valorização do livro e da leitura, a serem executadas pelo Estado e pela sociedade.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB