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EDUCAÇÃO SUPERIOR
MEC celebra os 150 anos da Escola Politécnica da UFRJ
Foto: Divulgação/Poli-UFRJ
A Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Poli-UFRJ), entidade vinculada ao Ministério da Educação (MEC), completa 150 anos neste mês de abril. Nesta quinta-feira, 25 de abril, a Escola foi declarada patrimônio histórico, cultural e científico de natureza imaterial do Rio, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), por meio da Lei Estadual nº 3.294/2024, de autoria da deputada Elika Takimoto (PT-RJ). A cerimônia aconteceu no Palácio Tiradentes, na sede da Alerj, na capital fluminense.
O secretário de Educação Superior do MEC, Alexandre Brasil, celebrou o marco. “Mais do que uma unidade de ensino de renome internacional, a Poli-UFRJ é um patrimônio nacional, um farol de conhecimento e inovação que ilumina o caminho do nosso país há um século e meio. Neste momento de celebração, o MEC reafirma seu compromisso com o fortalecimento da educação superior brasileira, com foco na promoção da diversidade, da equidade e da inclusão. Estamos trabalhando para que todas as nossas universidades alcancem o mesmo nível de excelência, abrindo portas para que todos os talentos, independentemente da sua origem, tenham a oportunidade de se desenvolver e contribuir para o nosso país”, afirmou.
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, categorizou o momento como de júbilo. “A Escola Politécnica é um dos nossos orgulhos. Deu grandes contribuições para esse país através da formação de profissionais de alta qualidade e excelência e profissionais, antes e acima de tudo, cidadãos. Cidadãos compromissados com as mudanças da nossa sociedade”, frisou.
Para a diretora da Poli-UFRJ, é preciso comemorar. “Sempre fomos protagonistas no desenvolvimento de grandes projetos de engenharia e políticas públicas em prol da prosperidade econômica e bem-estar social. É motivo de orgulho pertencer a essa instituição longeva, onde se cultiva a riqueza de saberes, a capacidade intelectual e a inovação tecnológica, atendendo aos diversos desafios apresentados através dos tempos”, destacou.
Sob interpretações artísticas do cantor Paulo André Nascimento de Jesus Maria e do pianista Silas Barbosa de Oliveira, a cerimônia teve a participação de Marcio Girão, presidente do Clube de Engenharia; Elika Takimoto, deputada estadual; Adriana Tonini, presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge); Paulo Alcântara Gomes, presidente da Associação Brasileira de Educação (ABE) e ex-reitor da UFRJ; Camile Gonçalves, presidente do Centro Acadêmico de Engenharia da Escola Politécnica (Caeng) — além do reitor da UFRJ e da diretora da Poli-UFRJ.
Escola Politécnica – A Escola Politécnica da UFRJ é uma das unidades da universidade, que compõe a rede de universidades federais ligada ao MEC. É a primeira escola de engenharia das Américas e a sétima mais antiga do planeta. Ao longo de sua história, foi responsável pela formação de gerações de engenheiros renomados. Matemáticos, educadores, cientistas, intelectuais e artistas se despontaram, entre eles: Lima Barreto, Carmen Portinho e Júlio César de Melo e Sousa, mais conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan (autor do livro O homem que calculava). Além disso, formou líderes políticos e sociais que pensavam o Brasil: Pereira Passos, André Rebouças, Paulo de Frontin, Amaral Peixoto e Hélio de Almeida.
A Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte Rio-Niterói, é a maior ponte do Hemisfério Sul e uma das maiores do mundo em área construída, com um comprimento total de mais de 13 km. Ela teve seu projeto técnico elaborado pelo professor emérito da Poli-UFRJ, Benjamin Ernani Diaz, e um dos engenheiros responsáveis foi Bruno Contarini, graduado pela Escola.
A Poli conta, hoje, com mais de 5 mil alunos entre os seus 13 cursos de graduação em engenharia, cuja maioria possui conceito máximo na avaliação do MEC. Assim, a instituição figura entre as melhores escolas de engenharia em diferentes rankings nacionais e internacionais. Sua performance também é indicada em prêmios acadêmicos que coleciona e pela coletânea das pesquisas e dos projetos desenvolvidos nos laboratórios.
Origens – A engenharia no Brasil teve suas raízes no contexto militar, impulsionada pela necessidade de erguer defesas para proteger a colônia de potenciais invasões estrangeiras e ataques de corsários. A Coroa Portuguesa, ciente dessa urgência, determinou que engenheiros estrangeiros compartilhassem conhecimentos em fortificações, matemática, ciências e artilharia com oficiais brasileiros.
Em 1810, durante a estadia da família real portuguesa no Rio de Janeiro, o ministro D. Rodrigo de Souza Coutinho, Conde de Linhares, estabeleceu a Academia Real Militar. Ao longo dos anos, essa instituição, com variações em seu nome e currículo, evoluiu para a Escola Polytechnica, em 1874. Essa escola, pioneira no ensino de matemática, ciências e engenharia civil, é uma sucessora direta da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho de 1792 e da Escola Polytechnica do Rio de Janeiro.
Localizada inicialmente na Casa do Trem, ela posteriormente foi transferida para o Largo de São Francisco de Paula, no Rio, em 1812, onde se tornou o epicentro do ensino de engenharia no Brasil até 1966. Hoje, o prédio abriga os Institutos de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) e de História (IH) da UFRJ.
Os cursos ministrados na escola abrangiam ciências matemáticas, físicas e naturais; engenharia e ciências militares; e engenharia civil. Este último curso, voltado para não militares, instruía sobre a construção de estradas, pontes, canais e edifícios.
Em 1874, a Escola Central passou a se denominar Escola Polytechnica, subordinada ao Ministério do Império e voltada exclusivamente para alunos civis. Ao longo do tempo, novas especialidades em engenharia foram introduzidas. Sua influência foi tão significativa que até hoje muitas escolas de engenharia são chamadas de Escola Politécnica.
Em 1937, o nome foi alterado para Escola Nacional de Engenharia e, em 1965, após sua mudança para a Cidade Universitária, tornou-se Escola de Engenharia. Finalmente, em 2003, retomou o nome de Escola Politécnica, refletindo o auge de sua reputação e de seu reconhecimento nacional e internacional.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Sesu e da Poli-UFRJ