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DIÁLOGO
MEC debate educação e equidade na Reunião da Anped
O Ministério da Educação (MEC) participou da abertura da 41ª Reunião Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), em Manaus (AM), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A Reunião começou no último domingo, 22 de outubro, e a mesa de abertura contou com pesquisadores indígenas que discutiram o tema “Caminhos para Amar-zonizar o Brasil: povos indígenas e educação”. O termo “amar-zonizar”, junção de amar e Amazônia, remete à urgência de unir os saberes tradicionais à ciência, enquanto estratégia para a constituição de uma nova ordem social, marcada pelo respeito e pela convivência da diversidade.
A secretária de Educação Básica (SEB) do MEC, Kátia Helena Schweickardt, representou no evento o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, e a secretária-executiva, Izolda Cela. Também marcou presença o secretário de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino (Sase), Maurício Holanda Maia, além de outros representantes do MEC.
Kátia Schweickardt afirmou que muitas políticas educacionais foram descontinuadas no Ministério nos últimos anos, mesmo tendo sido fruto de conquistas e da luta da comunidade acadêmica. “Encontramos as políticas educacionais completamente desmontadas, e muito do que a gente tinha conseguido avançar a gente retrocedeu. Voltamos a ter números assustadores de analfabetismo, de abandono e de evasão escolar, especialmente de jovens. O que mais nos assusta é o fato de que 70% da juventude que abandona a escola, entre 15 e 17 anos, são de jovens pretos e pardos”, apontou.
A secretária ainda ressaltou que o País tem uma dívida histórica com a população negra. “Historicamente as políticas educacionais no Brasil foram desenhadas a partir de uma lógica do campo progressista. Agora a gente está tendo a oportunidade de construir políticas valorizando a potência da nossa diversidade, a potência da diferença e o fato de que nós somos gente da Amazônia. Agora, a gente entende que não temos só a língua portuguesa, nós temos muitas línguas, inclusive Libras. Juntos, nós vamos garantir o direito a processos de aprendizagem significativos, a troca de saberes, a formações diversa de professores que se faz todos os dias no coração das escolas, no coração dos territórios múltiplos e diversos deste País”, disse.
Já o secretário Maurício Holanda destacou que essa é uma grande oportunidade para conversar com toda a comunidade de pesquisadores da educação, reunidos em torno da Anped. “Estar aqui é um motivo de esperança, pois vemos, mais uma vez, a comunidade acadêmica e da pesquisa científica da educação reunida, em um evento onde há lugar para o governo federal. Tivemos pelo menos seis anos em que os governos deram as costas para a comunidade acadêmica e as ciências sociais como um todo e temos toda uma construção para reerguer”, falou.
Participantes – A mesa de abertura também teve a presença de Alva Rosa Lana Vieira Tukano, professora e coordenadora do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena; Ytanaje Cardoso Munduruku, professor e escritor indígena; e Samela Sateré-Mawé, liderança indígena e estudante de Biologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A mediação foi feita por Célia Aparecida Bettiol, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UEA. A sessão pode ser vista no canal da Anped no Youtube.
Nos demais dias de programação o MEC também estará presente. Maria Selma Rocha, diretora de Articulação com os Sistemas Nacionais de Ensino, Planos Decenais e Valorização dos Profissionais da Educação, será palestrante na V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação: Qual o lugar das Ciências Humanas e da Educação?, nos dias 26 e 27. A diretora também vai abordar o Plano Nacional de Educação (PNE): Balanço e Perspectivas.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB e Sase