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Projeto financiado pelo MEC investiga ouro de garimpos ilegais
Professora Maria Emilia Schutesky e alunos do curso de geologia da UnB. Foto: Arquivo pessoal
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), está investindo em um projeto da Universidade de Brasília (UnB), que visa identificar a origem do ouro em qualquer lugar do país. Ao realizar essa constatação, será possível acabar com a extração e a comercialização ilegal desse precioso elemento químico.
Chamado de “Gold Rush – aplicação de ferramentas geoquímicas e isotópicas no combate ao crime organizado e contrabando de ouro na região Norte do Brasil”, o projeto é realizado por professores e pós-graduandos em Geologia da UnB. A pesquisa faz parte do Programa de Cooperação Acadêmica em Segurança Pública e Ciências Forenses (Procad - SPCF), uma ação integrada do Governo Federal que visa fomentar a cooperação acadêmico-científica entre instituições de ensino superior e órgãos de segurança pública.
A equipe pretende encontrar o que comumente se chama de ‘assinatura digital’ do ouro extraído de minerações ou garimpos do país. Em duas missões realizadas em 2022, os pesquisadores já recolheram amostras do Mato Grosso e do Amapá. Pelo projeto, a próxima etapa seria no Pará, no início de 2023. Entretanto, depois de conversarem com a Polícia Federal, os cientistas seguirão primeiro para o território Yanomami, em Roraima, onde existem extrações ilegais com consequências desastrosas para todo o povo indígena.
O Instituto de Geologia da UnB e a Polícia Federal pretendem reunir esforços para que os resultados das pesquisas evitem danos ao meio ambiente e aos povos originários. “Estamos desenvolvendo em laboratório uma técnica científica que identifique, com precisão, a assinatura do ouro de cada parte do território brasileiro. Também queremos estabelecer um protocolo único de ação e de pesquisa que possa ser utilizado pelas autoridades para acabar com práticas ilegais tanto na extração quanto na comercialização ou no contrabando do ouro no País”, explica Guilherme de Oliveira Gonçalves – um dos professores participantes do trabalho.
Ele conta que a composição diferenciada de cada mineral, com sua identidade geoquímica e isotópica, permitirá a todo especialista identificar a origem do ouro em qualquer lugar do Brasil e, mais adiante, de toda a América do Sul. “Em cada garimpo do País, o ouro tem propriedades químicas específicas. Assim, à medida em que conseguirmos encontrar a assinatura química de cada lavra iremos constituindo um grande banco de dados deste mineral”, observa o professor.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Capes