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MEC retomará supervisões presenciais em áreas de difícil acesso
Após três anos da pandemia de Covid-19, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu), retomará uma importante missão de acompanhar, in loco, o desenvolvimento pedagógico de médicos inscritos no Programa Mais Médicos (PMM). Eles levam atendimento médico para regiões carentes e com baixa oferta de profissionais de saúde, tanto em áreas urbanas como rurais, e para as famílias indígenas, principalmente na região Norte do país. Atualmente, são 266 médicos atuantes em Distrito Sanitário Especial Indígena. Durante o período da pandemia, a supervisão acadêmica era realizada de forma remota via Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
A supervisão acadêmica do MEC é um dos eixos educacionais do Programa e responsável pelo fortalecimento da política de educação permanente, por meio da integração ensino-serviço.
Oficina - para organizar e estruturar o retorno presencial de tutores, de 31 supervisores médicos especialistas em saúde primária e saúde indígena do MEC e de apoiadores institucionais, a Sesu realiza, entre 27 e 28 de março, a 1ª Oficina de Trabalho do Grupo Especial de Supervisão (GES) do Mais Médicos, em parceria com os ministérios da Defesa e da Saúde, além da Fiocruz/Fiotec. Essa oficina também é um espaço para a troca de experiências e de articulação, já que envolve viagens para locais considerados de risco, com alto índice de tráfico de drogas e de menores, garimpos, entre outros.
O GES foi instituído pela Portaria Normativa nº 28, de 14 de julho de 2015, justamente para realizar a supervisão acadêmica de profissionais atuantes em locais de difícil acesso, conforme recomendação do Tribunal de Contas da União.
A secretária de Educação Superior, Denise Carvalho, enaltece a importância das visitas presenciais em áreas de risco e desse seleto grupo de supervisores e tutores. “O GES é um exemplo que demonstra, de maneira inequívoca, o protagonismo do Ministério da Educação no Mais Médicos integrado com o Ministério da Saúde. Esse é um programa que vai além da assistência e do suporte: é de formação e até mesmo de acolhimento. Muitos médicos são recém-formados e se encontram em regiões com muitas parasitoses, como a malária, por exemplo, e com casos de mordida de animais peçonhentos”, comentou.
Carvalho também lembra que a região é muito afetada com o desmatamento, o que causa um desequilíbrio do bioma e, consequentemente, a proliferação de novas doenças. “Da mesma forma que o coronavírus veio de Wuhan (China), o que virá da floresta amazônica devastada?”, questionou. “Esses médicos são fundamentais, porque são eles que podem identificar, inicialmente, uma possível epidemia causada pelo desequilíbrio da floresta, como aconteceu com a zika, chikungunya, ou como a médica que estava atenta em Pernambuco nos casos de microcefalia em recém-nascidos em 2018”, relembrou.
Um dos tutores de referência do GES, o médico da família Nilson Massakazu Ando, comemora a retomada das atividades presenciais de supervisão acadêmica, que dura em média duas semanas. “Faz uma diferença enorme em relação ao trabalho realizado no local e a distância, porque compromete a qualidade do que podemos oferecer de conhecimento para o médico, de como analisar prontuários, de poder conversar com os pacientes, acompanhar de perto a gestão da unidade básica de saúde. Ou seja, enquanto tutores e supervisores, podemos oferecer aperfeiçoamentos no atendimento a essa comunidade”, afirmou.
Pedro Mendonça é médico da família e mestre em gestão de clínica. Ele é supervisor acadêmico do MEC desde 2016 e conta as diferentes expectativas em acompanhar os médicos in loco. “Muitos médicos sentiram a falta desse acompanhamento de questões clínicas, desse contato tête-à-tête. Esse é um grupo que já trabalha junto há muito tempo e sabe da importância desse retorno presencial. Estamos muito ansiosos e preparados para os desafios que virão”, disse.
As expectativas finais dos resultados da oficina são: identificar as necessidades territoriais para aperfeiçoamento da Supervisão Acadêmica presencial no GES e promover articulações entre as entidades parceiras, [municípios, Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), Ministério da Saúde e Ministério da Defesa] que possibilitam a realização da supervisão acadêmica no território.
“A interrelação pessoal, a atenção no sentido do cuidado físico e mental enquanto ser humano, é algo fantástico”, enfatizou a diretora de Desenvolvimento da Educação em Saúde da Sesu, Gisele Pires.
O coordenador-geral, Pedro Luiz Rosalen, afirma que a supervisão acadêmica é um trabalho singular que nem os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) possuem. “Os médicos que estão fazendo o trabalho de saúde lá na comunidade estão desprovidos de muitas facilidades que nós da região urbana temos, inclusive de informação e de ajuda. O GES do MEC coloca professores universitários federais, profissionais especializados, considerados de elite, de médicos que conhecem a população indígena como poucos”, considerou.
Confira a seguir alguns dados sobre a supervisão acadêmica do MEC no Programa Mais Médicos:
• Tutores(as) do GES: 03
• Total de supervisores(as) do GES: 31
• Total de médicos(as) nos territórios do GES pelo PMM: 266 (atualizados em 25/03/2023)
• Distribuição de médicos(as) do PMM por estado:
Acre - 25 médicos(as)
Amapá - 10 médicos(as)
Amazonas - 115 médicos(as)
Pará - 77 médicos(as)
Roraima - 39 médicos(as)
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Sesu