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ESCOLAS PROTEGIDAS
4º Diálogo Formativo abordou temas referentes à segurança e vivência escolar
O quarto encontro da série de debates Diálogos Formativos ocorreu na terça-feira, 23 de maio, e abordou o tema “Proteção e segurança na escola: questões de segurança e de convivência escolar”. A transmissão está disponível no canal do Ministério da Educação (MEC) no YouTube.
O encontro foi mediado pelo coordenador-geral de Políticas Educacionais para a Juventude, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Yann Evanovick, e contou com a participação de Victor Grampa, do governo de São Paulo; Miriam Abramovay, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso); e Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Durante o debate, a pesquisadora Miriam Abramovay abordou questões voltadas ao que é um espaço de convivência escolar, bem como o que acontece nesse ambiente. Segundo ela, a escola é o espaço mais importante na vida de crianças e jovens, além de ser o principal espaço de socialização. Para Miriam, o ambiente escolar voltou do período de pandemia com dificuldades diversas que impactam em problemas relacionados à aprendizagem, socialização, violência e convivência. “A escola apresenta problemas de todos os níveis, desde infraestrutura, relações sociais e convivência escolar. A escola é o local onde os diversos problemas da sociedade aparecem e, além disso, se reproduzem dentro da escola”, afirmou.
Espaço acolhedor – questionado sobre o que é necessário para o ambiente escolar seguro, Victor Grampa foi enfático ao afirmar que, obrigatoriamente, a escola precisa ser um espaço inclusivo, acolhedor e sem medo. “Nós precisamos pensar numa política de educação inclusiva, atrelada a uma política de igualdade nas suas diversas manifestações étnico-racial, socioeconômica, criando vínculos e transformando essas relações dentro da escola”, explicou.
Victor também lembrou que o fenômeno da violência escolar ocorre desde a educação infantil até a educação superior, inclusive em ambientes de doutorado e pós-doutorado. “Esse é um fenômeno que cruza toda a sociedade e para eu pensar na escola segura tenho que pensar numa lógica integrada e multidimensional, que vai desde a convivência, que é o elemento central, até a promoção do sentimento de segurança”, pontuou.
Para o pesquisador, não adianta pensar em estratégias como policiamento na escola, recurso de segurança em espaços escolares, se as pessoas não estiverem se sentindo seguras de modo integral, amplo, dentro desses espaços. “A pessoa pertencente àquela comunidade precisa não apenas estar segura, mas se sentir segura, porque a segurança é sobretudo um sentimento”, afirmou Grampa.
Direitos humanos – o secretário de Acesso à Justiça do MJSP, Marivaldo Pereira, abordou as formas de organizar esse ambiente escolar seguro na perspectiva da educação e dos direitos humanos. Para ele, ter o MEC como fomentador do debate, escutando a comunidade escolar e a sociedade civil, no âmbito do Governo Federal, é de suma importância para a construção de políticas públicas que promovam espaços de acolhimento, mediação e de enfrentamento de questões que originam a violência como o bullying, por exemplo.
“A gente vive numa sociedade extremamente preconceituosa e esse tipo de sentimento, como o ódio, foi muito cultivado no período recente e é muito importante que o Governo Federal volte a assumir esse papel de protagonista na promoção de políticas públicas que incentivem os diretores, professores e secretários de educação na construção de políticas para esse sentido”, reiterou.
Marivaldo também frisou que a escola tem que ser um lugar de esperança, sem disseminação do medo. Para ele, usar de abordagens como preparar crianças para desarmar alguém não oferece segurança, mas desperta medo. “Isso não é ambiente escolar. A escola é um ambiente de sonhar, de interagir, de aprender a conviver, de aprender a lidar com os próprios conflitos e buscar um futuro melhor”, encerrou.
Convivência – Miriam Abramovay ainda falou sobre os programas de convivência. Segundo a pesquisadora, a convivência escolar tem que ser uma política pública. “Não só em prol de cada escola ou de cada município e estado, do Governo Federal. Tem que ser algo muito mais geral”, defende. Para a pesquisadora, uma política de convivência escolar merece uma grande pesquisa. “Temos que saber o que está acontecendo nas nossas escolas. Temos dados de evasão, temos dados de repetência, mas não temos dados sobre o que acontece no cotidiano da escola. Esse é o primeiro passo, um diagnóstico para fazermos um acompanhamento e ter uma avaliação sobre essa questão.
“Uma política de convivência escolar seria importantíssima para fazer renascer a escola como um lugar de alegria e felicidade. Para que as crianças pensem nos seus presentes e também possam pensar nos seus futuros, nas suas expectativas”, defende.
Diálogos Formativos – ao todo, o MEC realizou quatro encontros formativos, todos com transmissão ao vivo pelo canal do MEC no YouTube. A série de debates teve início em abril e faz parte do Programa de Formação para Implementação das Recomendações de Proteção e Segurança no Ambiente Escolar, que será disponibilizado na plataforma de formação Avamec. A formação terá um total de 40 horas e é direcionada para toda a comunidade escolar: secretarias estaduais e municipais, regionais de ensino, gestores escolares, professores, estudantes, pais, entre outros agentes.
Confira a íntegra da transmissão:
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secadi