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ENSINO MÉDIO
Especialistas seguem debate sobre ensino médio
Foto: Ângelo Miguel/MEC
As mudanças do ensino médio foram debatidas no sétimo Webinário com Especialistas da Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio, instituída pela Portaria nº 399/2023. O evento, promovido pelo Ministério da Educação (MEC), com a coordenação da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase), aconteceu na quinta-feira, 1º de junho. A transmissão está disponível no canal do MEC no YouTube.
O debate contou com a participação de Gabriel Barreto Correia, do Todos pela Educação; Reynaldo Fernandes, da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave); Liliane Garcez, do Instituto Coletivos; e Remi Castioni, da Universidade de Brasília (UnB).
Liliane Garcez abordou a questão da educação especial na reestruturação do ensino médio. Segundo a especialista, lembrar dos estudantes com deficiência após concluir o processo de discussão sobre a reformulação do ensino médio é repetir o erro do passado. “Precisamos pensar em um ensino médio que articule a modalidade da educação especial como parte do sistema educacional dentro dos mesmos objetivos. Para organizar nosso ensino médio contabilizando e contando com a existência dessas pessoas é imprescindível que a gente torne nosso sistema mais equitativo”, pontuou.
Gabriel Barreto considerou a consulta pública do ensino médio uma oportunidade para o Governo Federal ir além de uma discussão de arquitetura curricular. “Discutir a arquitetura curricular é importante, fundamental e central, mas não vamos mudar o ensino médio brasileiro se não discutirmos a infraestrutura da escola, a política de formação e valorização dos professores, assim como a assistência de acesso e permanência dos jovens em vulnerabilidade socioeconômica”, destacou o representante do Todos pela Educação.
Questões como aumento da carga horária e da flexibilidade do itinerário do ensino médio vigente foram comentados por Reynaldo Fernandes. Segundo o representante da Abave, a discussão acerca da reformulação do ensino médio não tem levado em consideração os estudantes do período noturno. “A impressão que dá é que esses estudantes que trabalham e estudam à noite foram esquecidos. Como vai funcionar o aumento da carga horária para esse público?”, questionou. Também lembrou que cada público específico tem que ser tratado levando em consideração suas realidades e especificidades.
Remi Castioni lembrou que o ensino médio é uma etapa que define o futuro dos jovens, mas que não se debate sua durabilidade. De acordo com o docente da UnB, a etapa de ensino é muito apertada com apenas três anos. “O problema vem lá do seu nascedouro e, essas distorções, ao espremer todo mundo por cima, nos levou a esquecer do ensino médio noturno, a dar o mesmo tratamento à educação de jovens e adultos que foi dado aos meninos que estão na idade adequada, criando deformações, como é o caso da educação de jovens e adultos, que hoje é formada em sua maioria por jovens”, lembrou. Para Remi, é necessário criar alternativas que tornem o ensino médio mais atrativo para os jovens, com novas abordagens e formas de aprender e ensinar.
O secretário da Secretaria de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino (Sase), Maurício Holanda, esteve no webinário e agradeceu aos participantes pela contribuição que têm dado aos debates.
O webinário faz parte de um ciclo de encontros promovidos devido à Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio. O MEC deu início às transmissões dos webinários no dia 24 de abril.
Consulta Pública – a Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio tem como objetivo consultar toda a sociedade e a comunidade educacional para a coleta de subsídios, que possibilitarão a tomada de decisões pelo MEC sobre os atos normativos que regulamentam o ensino médio.
A programação inclui: coleta pública de contribuições, por meio da Plataforma Participa + Brasil; Ciclo de Webinários com Especialistas; Ciclo de Seminários “Diálogos sobre a educação básica – ensino médio”, com a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd); consulta on-line com estudantes, professores e gestores; oficinas de pesquisas regionais; pesquisa presencial representativa; revisão sistemática de produção científica sobre o tema; seminário presencial com estudantes; audiências públicas com Fórum Nacional de Educação (FNE), Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Conselho Nacional de Educação (CNE) e Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação (Foncede), além de um ciclo de reuniões com 30 entidades do FNE. A programação completa está disponível na página do MEC sobre a consulta pública.
Veja a integra do webinário:
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Sase