Seres em Diálogo debate equidade na educação superior

Com o intuito de debater temas importantes para a educação superior brasileira, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão de Educação Superior (Seres), promoveu mais uma edição do ciclo de seminários Seres em Diálogo. No encontro, o professor doutor Júlio Bertolin, da Universidade de Passo Fundo, apresentou a palestra "A persistência da Iniquidade na Educação Superior: dados da EaD, background e desempenho dos estudantes". O seminário ocorreu nesta quinta-feira, 27 de julho, no auditório do Edifício Anexo do MEC. 

Em sua apresentação, Júlio Bertolin abordou questões como: os avanços na diversidade do perfil dos matriculados em instituições de educação superior, as mudanças no perfil social dos concluintes e o desempenho dos concluintes das diferentes modalidades – presencial e EaD. 

Para Júlio Bertolin, a equidade e a modalidade educação a distância (EaD) devem ser consideradas fatores críticos tanto da avaliação quanto da regulação. Ao analisar o desempenho dos concluintes das diferentes modalidades, o pesquisador destacou que o contexto socioeconômico e cultural do estudante se mostra um forte condicionante do desempenho. “No geral, estudantes com maior capital cultural e econômico têm desempenho significativamente melhor no Enade que os de menor nível socioeconômico”, afirmou. 

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apresentados por Bertonlin, entre os anos 2015 e 2018, o ingresso de alunos dobrou na modalidade a distância, passando de menos de 700 mil para aproximadamente 1,4 milhão, enquanto no ensino presencial, tal número regrediu de 2,2 milhões para 2,1 milhões. 

Segundo Bertolin, a expansão da modalidade EaD tem sido questionada em função de problemas relacionados à qualidade. “A desagregação por modalidade de ensino e background, demonstra que o desempenho dos concluintes da modalidade presencial é significativamente superior à performance dos concluintes da modalidade a distância nos três maiores cursos de EaD do Brasil”, pontuou. 

O pesquisador também afirmou que “como o contexto social continua sendo um fator condicionante forte e a maioria dos estudantes de meios populares ingressa em instituições, cursos e modalidades com menor qualidade e status social inferior, certamente a expansão em curso está reproduzindo em alguma medida as desigualdades existentes no Brasil”, concluiu. 

Seres em Diálogo – O seminário ocorre mensalmente, com a dinâmica de apresentação de uma palestra, seguida de um espaço para os participantes apresentarem questionamentos, sugestões e fomentarem o debate acerca do tema abordado. O ciclo busca contribuir para a aproximação entre formuladores de políticas públicas e as pesquisas mais recentes desenvolvidas no meio acadêmico e no âmbito dos institutos de pesquisa governamentais. A iniciativa também conta com a contribuição de especialistas de universidades brasileiras e do próprio MEC.  

Agenda – Estão previstos mais cinco encontros até dezembro, que abordarão temáticas afinadas com as atribuições da Seres e com a educação superior em geral, como crescimento da oferta e qualidade da educação a distância (EaD), desigualdades de oportunidades educacionais, tomada de decisões estudantis e dispositivos de distribuição de vagas na educação superior, egressos e inserção no mercado de trabalho, modelos institucionais na América Latina e avaliação da educação superior.  

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Seres