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MEC participa do lançamento do Relatório GEM 2023
O Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, representou o Brasil no lançamento do Relatório Mundial de Monitoramento da Educação 2023 (Relatório GEM), intitulado “Tecnologia na educação: uma ferramenta nos termos de quem?” O evento ocorre nesta quarta e quinta-feira, 26 e 27 de julho, em Montevidéu, no Uruguai. A realização é da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); Ministério da Educação e Cultura do Uruguai; e Fundação Ceibal, centro de inovação educacional com tecnologias digitais do governo uruguaio. O evento reúne 18 ministros da Educação de todo o mundo, além de especialistas e membros da comunidade educacional.
O GEM é o principal relatório sobre educação global, publicado anualmente pela Unesco. Esta é a primeira vez que o Relatório GEM é lançado na América Latina e no Caribe. A publicação propõe quatro questões sobre as quais os formuladores de políticas e as partes interessadas na educação devem refletir à medida que as tecnologias na educação são implantadas.
O ministro Camilo Santana participou do Painel de Alto Nível do Relatório Global de Educação sobre tecnologia e educação da Unesco, ao lado dos ministros de Educação da Argentina, Jaime Perczyk; Maria Brown, do Equador; Daniel Esponda, de Honduras; e Pablo da Silveira, do Uruguai. Na ocasião, respondeu à pergunta: “Como podem os sistemas educativos assegurar que a tecnologia é adequada ao nosso contexto e às nossas necessidades de aprendizagem e garantir que nos concentramos nos mais marginalizados?”
Camilo Santana refletiu sobre como os sistemas educativos podem assegurar que a tecnologia seja adequada para diferentes contextos e necessidades de aprendizagem, com foco na inclusão.
As pessoas precisam compreender, não só na escola, mas na vida, que o acesso aos meios tecnológicos e digital pode ser bom. Esse é o caminho que nós queremos construir, porque não tem mais retorno. É importante que a cidadania digital seja construída dentro das escolas, desde cedo.” Camilo Santana, Ministro da Educação
Mesas redondas – O Ministro da Educação participou, em seguida, da Mesa Redonda de Alto Nível Tecnologia Educacional no Sul Global, também com ministros da América Latina, onde debateram o tema: “Como podemos promover políticas e programas na região que sejam baseados em evidências, não deixem os mais marginalizados para trás e tenham um impacto real nos resultados da aprendizagem?”
Segundo Camilo, o desafio é avançar, regional e globalmente, em políticas e programas que se baseiem em evidências, não excluam os mais vulneráveis e contribuam para que os estudantes aprendam mais. “Primeiro nós precisamos de mais evidências e estudos para mostrar os programas e modelos que foram implementados nos estados de alguns países, para que a gente possa seguir exemplo”, afirmou.
Para o Ministro da Educação, está claro que a maior evidência do uso da tecnologia para fins educacionais foi a pandemia. “O fato é que as experiências com tecnologia possibilitaram o acesso aos que moram distantes, pessoas que moram em comunidades rurais puderam ter acesso à informação”, observou.
Vivemos em um mundo desigual. Como garantir que essa tecnologia seja usada adequadamente para melhorar a qualidade do aprendizado das nossas crianças e jovens? Porque não vai ser essa tecnologia que vai substituir o professor. Ela vai ser uma ferramenta que vai agregar a possibilidade de atrair o jovem, o estudante, de possibilitar e melhorar a qualidade do seu aprendizado”.
Em seguida, destacou que para isso é preciso investimentos dos países, para garantir que pelo menos todas as escolas do mundo estejam conectadas. “Não estou falando de um modelo de uma plataforma digital pedagógica, mas de acesso mínimo a uma pesquisa por um aluno, ao professor que possa fazer uma pesquisa para preparar a sua aula. Isso nós precisamos garantir, porque milhões de crianças e jovens no mundo inteiro ainda não tem esse acesso”, lamentou.
Regulamentação – O ministro Camilo Santana destacou, ainda, que é importante a regulamentação e o controle do uso tecnológico. “Queremos que o professor e o aluno utilizem essa ferramenta com fins pedagógicos, para melhorar a qualidade, buscando habilidades e o protagonismo estudantil, buscando trazer criatividade dentro da escola. Isso é fundamental”, disse.
Ao final de sua exposição, o ministro deixou uma sugestão e desafio para os representantes de todos os países: a criação de uma biblioteca virtual onde as escolas públicas do mundo inteiro pudessem ter acesso a publicações de várias línguas. “A Unesco poderia ouvir os países, porque tem gente que não tem acesso para ler nenhum livro. Essa é a realidade de muitos jovens e crianças de vários países do mundo. Poderíamos criar ferramentas que pudessem dar acessibilidade a todas as escolas do mundo inteiro”, ponderou.
Camilo também deixou um questionamento a respeito de ferramentas e políticas globais e inclusivas. “A gente fala muito em globalização, mas como podemos dar acesso às pessoas mais pobres, aqueles países que mais precisam? Fica aqui uma ideia. Eu acho que isso é uma forma democrática para demonstrar a importância da globalização da educação no mundo inteiro”, concluiu.
Em outra Mesa Redonda, Camilo Santana discutiu com ministros e autoridades sobre o tema “Competências Digitais na Região Local”, que abordou os quadros de competências digitais na região. Outro compromisso do ministro, na viagem oficial a Montevidéu, foi uma reunião bilateral com embaixador do Brasil no Uruguai, Marcos Leal Raposo.
Relatório – O novo Relatório GEM 2023 aborda o uso da tecnologia na educação em todo o mundo através das lentes de relevância, equidade, escalabilidade e sustentabilidade. O documento destaca que os sistemas educacionais devem sempre garantir os interesses dos alunos e a finalidade interativa das tecnologias digitais, para apoiar a educação baseada na interação humana, em vez de tentar substituí-la.
O relatório também examina como a tecnologia pode ajudar a alcançar estudantes desfavorecidos e garantir que mais conhecimento chegue a mais alunos em formatos mais baratos e atraentes. Ressalta, ainda, como melhorar a qualidade, tanto no ensino e aprendizagem de competências básicas quanto no desenvolvimento de competências digitais necessárias à vida cotidiana.
Assessoria de Comunicação Social do MEC