Especialistas debatem ensino médio em webinário

O Ministério da Educação (MEC) iniciou, nesta segunda-feira, 24 de abril, a série de seis webinários com especialistas e gestores educacionais da Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio, instituída pela Portaria nº 399/2023. O primeiro encontro contou com a participação de especialistas, que abordaram os atos normativos que regulamentam o Novo Ensino Médio. O debate ocorreu na sede do Ministério da Educação, em Brasília, e foi transmitido pelo canal do MEC no YouTube.  

Participaram da conversa o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi; o professor doutor Celio da Cunha, da Universidade Católica de Brasília; e a professora Clélia Brandão Craveiro, professora da PUC-Goiana e ex-integrante do CNE; além do secretário de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino, Maurício Holanda. A conversa foi mediada pelo professor Luiz Roberto Alves. 

Para Maurício Holanda, é importante construir um diálogo que possa contribuir para o futuro da educação. “Há algum tempo precisamos construir um projeto nacional de educação que tenha clareza sobre o papel e a potencialidade do ensino médio, atendendo as demandas, os desejos e os anseios da nossa juventude”, lembrou o secretário.  

De acordo com Luiz Roberto Liza Curi, o debate sobre o Novo Ensino Médio precisa levar em conta a necessidade de aprofundar o conhecimento do jovem e oferecer uma perspectiva de empregabilidade, por meio da educação profissional e tecnológica. “Os pontos mais relevantes dizem respeito ao entendimento da formação geral básica, uma formação robusta e interdisciplinar, que não vede, não ceife, não minimize nenhuma área do conhecimento”, pontuou o presidente do CNE.  

Por sua vez, a professora Clélia destacou a importância de ir além da reforma do ensino médio, mas pensar em políticas públicas, e não em propostas de governo. Para ela é necessário contar com mais participação da sociedade nas tomadas de decisão. A docente também não considera recomendável a exclusão de disciplina. “O que nós queremos e precisamos ter claro é que o domínio do conhecimento também precisa vir acompanhado de uma capacidade de autonomia do pensamento. A exclusão de disciplina compromete o projeto de formação de adolescentes e jovens”, destacou.  

O professor Celio da Cunha considerou a reforma do ensino médio um desafio que impacta tanto na escola quanto nos sistemas de educação. “Não se trata apenas dos ajustes em relação aos alunos que estão matriculados, mas também no grande contingente que está fora da escola”, pontuou. O docente também considerou que a escola em tempo integral pode ajudar a enfrentar os obstáculos do ensino médio, assim como uma docência colaborativa.   

Consulta Pública — a série de seminários e esculta a especialistas deve ocorrer até 6 de junho, prazo final da Consulta Pública, que pode ser prorrogada, se necessário. A Consulta também terá audiências públicas regionais; coleta de manifestações pela plataforma Participa + Brasil, do Governo Federal; consulta on-line com 100 mil representantes da comunidade escolar; grupos focais e oficinas, pesquisa quantitativa e qualitativa, com aplicação de questionário com amostra representativa de todas as unidades da Federação; reuniões com equipes técnicas de secretarias estaduais de educação, representações dos movimentos de estudantes e profissionais do ensino médio; seminários e escutas a especialistas.   

O objetivo é abrir o diálogo com a sociedade civil, a comunidade escolar, os profissionais do magistério, as equipes técnicas dos sistemas de ensino, os estudantes, os pesquisadores e os especialistas do campo da educação para a coleta de subsídios, a fim de providenciar tomadas de decisão por parte do MEC acerca dos atos normativos que regulamentam o Novo Ensino Médio.  

Os canais oficiais do MEC, como o portal e as redes sociais do Ministério, darão ampla visibilidade a todas as formas de participação social. Na seção dedicada a Consultas Públicas, há um detalhamento do cronograma. Algumas datas ainda estão sujeitas à alteração, por isso os horários e locais das ações estão em constante atualização.  

 
Confira o primeiro webinário na íntegra: 

Assessoria de Comunicação Social do MEC