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PECIM
Professores e estudantes compartilham experiências sobre Escolas Cívico-Militares
Foto: Luis Fortes/MEC
O Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay Cívico-Militar, localizado em Curitiba, no Paraná, apresentava baixos índices nas avaliações de educação, além de ocupar as primeiras páginas dos jornais devido aos casos de criminalidade e insegurança. “O nosso Colégio era desacreditado pela comunidade, desacreditado pelos alunos e desacreditado até mesmo pelo núcleo de educação”, explica o diretor do Colégio, Sandro Mira Júnior.
Em 2019, a comunidade passou por consulta a respeito da efetivação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) que foi aprovado por 100% dos entrevistados. Após o período de pandemia, o Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay Cívico-Militar começou a aplicar e receber os resultados do Programa.
“Tudo aquilo que, enquanto professor, imaginava que poderia ser feito, nós estamos conseguindo realizar. E realizar não somente por fazer. Realizar de uma forma excelente, de uma forma que traga resultados, de uma forma com a qual a comunidade esteja apoiando e esteja participando das ações desenvolvidas pelo colégio”, destaca Sandro.
Segundo o diretor, com a implantação do Programa a escola passou a investir em três pilares: melhoria da infraestrutura, métodos de aprendizagem e fortalecimento de valores. E as mudanças refletiram em resultados.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola, no Ensino Fundamental, após seis anos consecutivos no zero chegou a 4,5. Já no Ensino Médio, o colégio nunca havia apresentado índice e, após o Pecim, foi para 3,7, tendo 90% de participação dos estudantes da escola na prova durante o período de pandemia.
“Sempre falo para minha equipe: se você olhar pela nota, a nota não revela muita coisa. Até porque não tínhamos parâmetro para comparar, mas o fato de seis anos nós não termos índice do Ideb no Ensino Fundamental, nunca termos índice do Ideb no Ensino Médio, e, de repente, no meio da pandemia, a gente traz 90% dos alunos para fazer uma prova presencial, isso mostra e garante que o sentimento de pertencimento foi despertado nos nossos alunos, que eles se sentem parte do Colégio e que querem colaborar para que o Colégio dê certo”, ressalta o diretor Sandro.
O estudante Diego Santana Ribeiro faz parte da turma do 3º ano do Ensino Médio no Colégio Beatriz Faria Ansay. Ele conta como o Pecim mudou a realidade de sua escola. “A partir do momento em que se tornou cívico-militar, realmente nós começamos a ver a diferença. Antes, nós alunos, não nos sentíamos pertencentes ao nosso colégio porque não tínhamos oportunidades de ser protagonistas, de termos atividades extracurriculares diferentes. Então, os alunos olhavam o Colégio como algo fatigante, algo ruim”, avaliou o jovem.
Pra ele, entre as principais mudanças estão a diminuição dos índices de depredação e violência. “Não mudou tudo da noite para o dia, foi um processo. E, conforme eles foram trabalhando, foram nos ensinando, nos mostrando o caminho que deveríamos seguir. Conforme isso foi ocorrendo, nós começamos a obter nossos resultados. Hoje, eu estou aqui como resultado deste projeto das Escolas Cívico-Militares”, concluiu Diego.
Resultados do Pecim
Os últimos resultados apresentados pelo Ministério da Educação sobre a avaliação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares trazem os panoramas das escolas antes e depois da sua efetivação. Atualmente, o Programa está inserido em 202 escolas, de todas as unidades da federação, atendendo cerca de 120 mil alunos.
São 39 unidades localizadas na região Norte; 26 na região Sul; 37 escolas no Nordeste, 46 no Sudeste e 54 no Sul. Desde a implementação em 2019, ocorreram 18 capacitações para 13.655 profissionais. Atualmente, há 1,5 mil militares inseridos na iniciativa, 359 municípios na lista de espera e 144 certificados emitidos e duas opções de formação continuada (Avamec e pós-graduação).
Importantes parceiros atuaram em regime de colaboração para que o Pecim obtivesse êxito, tais como professores, diretores, secretarias de Educação do país, estudantes, pais e autoridades. No processo de certificação das escolas, uma pesquisa com cerca de 25 mil pessoas da comunidade escolar constatou que a violência física foi reduzida em 82%, a violência verbal diminuída em 75% e a violência patrimonial em 82%. A mesma pesquisa constatou que a evasão e o abandono escolar diminuíram em quase 80%. Outro dado positivo foi que 85% da comunidade respondeu satisfatoriamente ao ambiente escoltar após a mudança para o modelo do Pecim.
O MEC disponibilizou em seu portal alguns documentos, como o Livro Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares: da concepção do modelo aos primeiros resultados; o Memorial de Gestão e o Caderno de Replanejamento Estratégico, com indicadores e resultados alcançados pelo Programa. Acesse AQUI.
Saiba Mais
O Programa nacional das escolas Cívico-Militares foi instituído pelo Decreto n° 10.004, de 5 de setembro de 2019, e implementa o modelo de Escola Cívico-Militar (Ecim) em escolas públicas de ensino regular que possuem baixo resultado no Ideb e que atendem estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com o objetivo de reduzir a evasão, a repetência e o abandono escolar.
Assessoria de Comunicação Social do MEC