Notícias
Bolsa Atleta
Representantes do setor esportivo apoiam decisão de o Bolsa Atleta contemplar resultados de 2019 e 2020
Foto: rededoesporte.gov.br
Representantes de algumas das principais instituições do setor esportivo entenderam como necessária, importante e sensível a iniciativa do Governo Federal de permitir que o edital de 2021 do Bolsa Atleta contemple para a definição das concessões do benefício os resultados de 2020 ou de 2019 , de acordo com a realidade de cada modalidade em função do novo coronavírus. A pandemia prejudicou treinamentos e modificou boa parte do calendário esportivo nacional e internacional, com reflexos inclusive nos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021.
Pela decisão federal, valerá para o ingresso no programa o resultado mais recente, uma vez que a pandemia constitui situação extraordinária e momento de exceção. “O Ministério trouxe uma solução para o programa Bolsa Atleta em relação a não realização plena do calendário de competições em 2020. Com isso, não teremos uma interrupção nesse programa que é importantíssimo para todos os atletas, principalmente para os do alto rendimento. Eu fico supersatisfeito de ver que o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio terão continuidade em sua plenitude”, afirmou o diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Rogério Sampaio, medalha de ouro no judô nos Jogos de Barcelona 1992.
Com isso, não teremos uma interrupção nesse programa que é importantíssimo para todos os atletas, principalmente para os do alto rendimento. Eu fico supersatisfeito de ver que o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio terão continuidade em sua plenitude”
Rogério Sampaio, diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil
"A necessidade de obtenção de resultado esportivo no ano imediatamente anterior à concessão do benefício poderia causar solução de continuidade do programa em 2022. Por esta razão, entendemos acertada a medida da secretaria especial, ao mesmo tempo em que temos a convicção de que serão adotadas todas as medidas para a continuidade do programa em 2022, na impossibilidade de realização de competições esportivas em 2021", disse o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado.
Um tom similar foi adotado pelo presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral. “Estamos vivendo um momento de exceção, um momento que não teria como ser planejado. É justo que seja dada essa oportunidade para que os atletas tenham considerados os resultados de 2019 e 2020, para que nenhum atleta seja prejudicado. Óbvio que os calendários foram suspensos e os atletas estão com problemas para treinar. Considero uma medida de extremo bom senso", disse Cabral.
A percepção converge com a do presidente da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), Antônio Hora. "Foi uma alternativa inteligente, tendo em vista que o calendario esportivo de 2020 foi interrompido em decorrência da pandemia. Desta forma, os atletas conseguirão minimizar os danos causados pelo cancelamento e adiamento das principais competições e com a manutenção do benefício reprogramarão suas carreiras esportivas".
O endosso também veio do lado de representantes das confederações esportivas. "A decisão do Ministério protege os atletas, em função dessa possibilidade de não haver eventos. E, mesmo que haja, porque algumas confederações pretendem fazer eventos, a questão não é fazer ou não, a questão é o nível técnico, o tempo de treinamento. A nossa confederação até pretende realizar competições, mas não vamos indicá-las como vinculadas ao Bolsa Atleta. Ou seja, vamos aproveitar apenas os resultados do ano passado. E só vamos fazer competições este ano se houver condições de saúde, protocolos bem ajeitados. Assim, a decisão (de considerar os resultados de 2019) tranquiliza os atletas, que estão em condições precárias de treinamento", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE), Ricardo Machado.
O mesmo tom veio da análise de Catarina Souza, secretária técnica da Confederação Brasileira de Ginástica. “Diante dos cancelamentos e adiamentos dos eventos esportivos internacionais e nacionais, o novo edital do Bolsa Atleta tranquiliza a comunidade gímnica neste momento desafiador. Os atletas continuarão recebendo recursos do Bolsa Atleta, independentemente das atualizações necessárias no calendário esportivo, já que os resultados das competições de 2019 continuarão servindo como critério para recebimento dos recursos previstos", avaliou.
Presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini ressaltou a sensibilidade da decisão diante do cenário de incertezas. Ele explicou que as confederações pan-americana e sul-americana da modalidade suspenderam todos os eventos da canoagem em 2020 e que a realidade diferenciada da pandemia no território nacional dificulta o planejamento de eventos nacionais. "Temos, atualmente, a região Sul do Brasil com o coronavírus em ascensão e a Norte numa fase menos aguda. Qual a condição que podemos dar aos atletas de, tecnicamente, proporcionarmos uma competição justa e nivelada? É de fato um ano atípico, excepcional", afirmou o dirigente.
Outras confederações, como a de handebol, manifestaram apoio à decisão do Governo Federal nas redes sociais da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Além dos dirigentes, atletas de variadas modalidades reforçaram o caráter de tranquilidade que a medida simboliza na reta final de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio .
Força do programa
O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio direto ao atleta do mundo e apresenta resultados fundamentais para o esporte brasileiro. Desde a criação, em 2005, já foram concedidas mais de 69,5 mil bolsas, para 27 mil atletas de todo o país. O valor destinado pelo programa desde sua implantação supera a marca de R$ 1,2 bilhão.
A decisão tranquiliza os atletas, que estão em condições precárias de treinamento"
Ricardo Machado, presidente da Confederação Brasileira de Esgrima
A importância do Bolsa Atleta pode ser medida nos Jogos Rio 2016. Na edição olímpica, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros – a maior campanha da história –, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas.
Já nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 atletas, sendo 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todas as medalhas foram conquistadas por atletas que recebiam o apoio da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
No ciclo para os Jogos de Tóquio 2020, a força do Bolsa Atleta ficou clara mais uma vez nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Lima 2019, no Peru, o maior evento multiesportivo antes dos Jogos no Japão para os atletas brasileiros.
No Pan, o Brasil protagonizou sua melhor campanha da história. Foram 171 medalhas, sendo 55 de ouro. Com isso, o país voltou a terminar em segundo lugar no quadro de medalhas, o que não acontecia desde 1963, na edição dos Jogos realizada em São Paulo. Dos 485 atletas originalmente inscritos pelo Comitê Olímpico Brasileiro para o Pan de Lima, 333 eram bolsistas. Do total de pódios conquistados, 141 vieram com atletas beneficiados pelo programa.
No Parapan, o Brasil protagonizou um resultado histórico e chegou ao topo do quadro de medalhas com 308 pódios. Foram 124 medalhas de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Do total de medalhas, 287 (93,18%) foram conquistadas por atletas contemplados pelo Bolsa Atleta.
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania