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Ministro da Cidadania, Osmar Terra, se reúne em Pequim com quatro ministros chineses e discute parcerias na área social
Foto: Mauro Vieira/Ministério da Cidadania
Em visita oficial à China, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, tratou nesta quarta-feira (23.10), em Pequim, de temas relacionados à cultura, a programas sociais e ao intercâmbio de atividades com ministros de quatro pastas. Novos acordos firmados serão oficializados de forma bilateral, no dia 12 de novembro, durante a Cúpula dos Brics - grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, quando o presidente da China, Xi Jiping, vai ao Brasil. O secretário especial do Esporte, Décio Brasil, acompanhou o ministro da Cidadania nas agendas em Pequim.
A área do desenvolvimento social foi o tema das reuniões com os ministros de Assuntos Civis, Huang Shuxian, e de Recursos Humanos e Seguro Social, Zhang Jinan. Osmar Terra explicou às autoridades chinesas que o Brasil possui programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que essas ações são importantes, mas não reduzem a pobreza. Por isso a aposta do governo Bolsonaro é em programas de desenvolvimento humano. O Criança Feliz, por exemplo, já conta com reconhecimento mundial pela eficácia no serviço prestado. “Nós queremos ampliar o Criança Feliz, passando de um milhão para três milhões de crianças atendidas. Sabemos que a China, pelo seu tamanho, enfrenta problemas em escala maior e apresenta soluções proporcionais. Queremos aprender, trocar experiências para aprimorar o que temos e, também, criar novos serviços”, explicou o ministro Osmar Terra.
A China criou um grupo específico de trabalho para atender o bem-estar das crianças, que hoje somam 240 milhões (até 18 anos). O ministro de Assuntos Civis, Huang Shuxian, falou sobre alguns dos programas oferecidos, tais como o apoio a crianças órfãs. Há instalações e um fundo para manter as despesas básicas, a fim de evitar que entrem para as estatísticas da pobreza. O governo chinês também garante apoio a crianças abandonadas, visto que o fenômeno de migração da zona rural é crescente e muitas vezes os pais deixam seus filhos para trás. Existe ainda um programa para fomentar a adoção.
O secretário especial do Esporte, Décio Brasil, avalia que programas da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS) podem fazer parte da futura parceria com o governo chinês: "Temos ações de desenvolvimento humano como o Segundo Tempo, para crianças e jovens no contraturno escolar, e o Vida Saudável, para os idosos, que estamos ampliando num trabalho de integração entre as secretarias especiais do Esporte e do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania."
Osmar Terra sugeriu a criação de um grupo de trabalho entre os ministérios dos dois países, que proporcionará o deslocamento de servidores com o intuito de conhecer na prática os servições prestados. Esse acordo estará presente no ato de assinatura de termos de cooperação, em novembro, no Brasil, assim como a parceria entre os ministérios da Cidadania do Brasil e de Recursos Humanos e Seguro Social da China, que vai tratar da qualificação e da capacitação de jovens para ingressar no mercado de trabalho.
O Brasil tem hoje quatro milhões de jovens que não trabalham e não estudam. Um dos objetivos do encontro com o ministro Zhang Jhian foi trocar informações sobre como a China trata a população jovem e enfrenta a questão do desemprego. Jhian revelou que a principal ferramenta são os cursos técnicos e de capacitação, que já apresentam resultados. Atualmente, a taxa de desemprego é de 5,5%. Um intercâmbio de especialistas brasileiros e chineses foi proposto e aceito pelos dois lados.
“O Governo Federal reconhece a importância da China e todo o seu potencial, por isso esses encontros são fundamentais. Tenho certeza de que haverá muitos frutos para a sociedade brasileira, tratando desde a primeira infância até os idosos”, afirmou Osmar Terra.
Integração cultural
O setor audiovisual foi abordado por Osmar Terra nas reuniões com Fan Weiping, vice-ministro da Administração Nacional de Rádio e Televisão (NRTA), e com Shen Haixiong, presidente da maior empresa de comunicação estatal do mundo, o China Media Group (CMG). Dois acordos de cooperação estão em negociação. O primeiro visa promover a interação por meio de um sistema de coprodução de conteúdos audiovisuais para cinema, rádio e televisão, com intercâmbio de profissionais do Brasil e da China.
O segundo acordo prevê a criação de um canal chinês na televisão brasileira fechada, para reprodução de material audiovisual, sejam documentários, longa-metragens ou telenovelas. Em contrapartida, o China Media Group veiculará produções brasileiras na sua programação, já que os chineses têm estrutura de tradução, facilitando a troca de conteúdos.
De Pequim, Jéssica Barz - Ministério da Cidadania